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Clubes poderosos

i. Mendes Futebol Clube

No passado dia 21 de maio ficámos a conhecer os 26 jogadores convocados para representarem a seleção de Portugal no Euro 2024. Como acontece sempre neste tipo de eventos, a convocatória gera sempre muita discórdia.
Da minha parte confesso, desde já, que há muito tempo que deixei de dar para este peditório. Serem estes ou outros é-me indiferente. Espero é que um qualquer novo Éder surja para me fazer gritar golo!
De qualquer forma, chamou-me à atenção um titulo do jornal Eco. Rezava assim: “Jorge Mendes controla 69% da Seleção nacional que vai ao Euro 2024”. No texto, que fazia referência aos 18 jogadores (em 26) que são agenciados pela Gestifute, estava escrito que “nunca o super agente teve tanta influência na Seleção como agora.”
Para quem acompanha os bastidores do futebol, como eu, não há aqui qualquer surpresa. Seja na erradamente denominada seleção, nos clubes nacionais, ou até nalguns clubes europeus, a presença do super agente Mendes é evidente. Todos sabemos que Jorge Mendes é uma espécie de dono disto tudo no futebol mundial.
Talvez por ser do contra, dispenso qualquer ligação ao Mendes Futebol Clube! Boa sorte, Portugal!

ii. Centralistas Futebol Clube

O Primeiro-Ministro António Costa, num dos seus últimos atos no Palácio de São Bento, decidiu solicitar, ao início da noite do dia 1 de abril, junto do Tribunal Constitucional, a fiscalização da constitucionalidade e da legalidade do decreto legislativo regional, e também do respetivo decreto regulamentar regional, relativamente ao Regime Jurídico do Processo de Delimitação e Desafetação do Domínio Público Hídrico na Região Autónoma dos Açores, aprovados em 2020 pelos órgãos de governo próprio dos Açores. Este ato é de um enorme simbolismo.
O Terreiro do Paço, independentemente do partido inquilino e do partido no poder “nas ilhas”, olha sempre da mesma forma para as Regiões Autónomas. O clube sedeado no terreiro do paço tem uma enorme falange de apoio. São verdadeiros ultras que nunca perceberam o que é a Autonomia; que nunca aceitaram que os Açores são Portugal e não de Portugal.
Só isto explica o entendimento, vertido no pedido de fiscalização, de que mesmo nas situações de convergência entre domínios públicos (Regional e do Estado) “não é possível reconhecer às regiões poderes de disposição sobre o domínio que frustrem o objetivo que fundamenta a titularidade do Estado”.
Eis um dos mais poderosos clubes de Lisboa e arredores: o Centralistas Futebol Clube. Futebol, porquê? Porque nos tratam com os pés!

Hernâni Bettencourt*

*Jurista

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