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Vão chatear o Camões

Esquecido e humilhado pelos vindouros. Alvo das mais pérfidas piadas, fosse por ser zarolho, por ter escrito uma epopeia em verso difícil de entender, fosse também pela sua personalidade instável. De repente, a propósito dos quinhentos anos do seu nascimento, Luís Vaz passa a notícia nacional. Nos últimos dias não faltaram destaques nos media, sobretudo na imprensa escrita, que tentam redescobrir ou buscar algo mais sobre a sua vida e obra.
Independentemente da energia que dediquemos a compreender melhor a sua escrita, verdade é que Camões é uma individualidade ímpar da nossa cultura.
Por norma, como povo, somos avessos às artes e às literaturas, seja por não termos as ferramentas intelectuais – a Escola -, seja por mera atitude sobranceira, típica do status futebolístico: tremoço e cerveja em primeiro lugar, só depois as artes.
Lembramo-nos e citamos Luís Vaz se algum membro da elite da capital se lembra de obsequiar o público com a descoberta de um facto insólito e provavelmente escandaloso da sua vida, achando engraçada qualquer circunstância belicosa e altissonante.
Luís Vaz de Camões anda novamente nas bocas do mundo. E isso é bom! Num país onde há estudantes do ensino superior que não sabem identificar três cidades portuguesas, que falem ao menos dele entre tremoços, imperiais e a final do campeonato europeu de futebol. Com Sagres. Com Super Bock. E com Heineken. Para quem não saiba, são marcas de cerveja mais conhecidas que as cidades portuguesas.

Luís Soares Almeida*

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