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A Propósito da Fenomenologia da Religião de José Enes

De acordo com o “Ciência Vitae”, (Plataforma Europeia de Registo Científico), a minha Grande Área e “Domínio de Atuação” é: “Ciências Sociais – Ciências da Educação” e “Humanidades – Filosofia, Ética e Religião”.

Terra, Húmus e Humildade, eis a Condição do Ser Humano

O Ser da Verdade é Saída segura numa Sociedade Vazia de Valores.
Num Tempo de Trevas irrompe, de novo, a Luz., ainda e sempre.

A Sociedade anda à deriva, com Pessoas sem Princípios e sem Valores. E digo mais, só os Valores Cristãos e Católicos são bússula segura. Há um vazio fatal de valores. Os pais demitiram-se de Educar porque eles próprios estão num vazio perigosíssimo. S. Paulo afirma: “Ai de vós se não evangelizardes”. Este é um Tempo de dar provas de Evangelizar e Glorificar a Deus, amando e cuidando da Pessoa Concreta, do nosso Próximo, dos nossos Irmãos, dos mais vulneráveis que nos chamam e nos interpelam. Só com um Coração irrigado de amor a inteligência pode discernir. Pode haver mentes brilhantes, mas são perigosas se não tiverem amor no Coração.
Há filósofos que há muito falam na era do Vazio, mas como não são Filósofos Cristãos e Católicos, ou verdadeiramente humanistas, não têm a Coragem de Testemunhar os Verdadeiros Valores. Ainda no passado mês de junho, deste ano de 2024, foi publicado o livro “Fenomenologia da Religião – apontamentos para um curso na Universidade Católica Portuguesa em 1970”, da Autoria do Saudoso Professor Doutor José Enes, uma edição das Edições MIL. O Professor Doutor José Enes, de Saudosa Memória, sempre foi – e é – um Grande Filósofo, de Raiz profundamente Católica e Humanista, um personalista na Maravilha do Ser. O Professor Doutor José Enes fala da relação entre Verdade e Afabilidade. A Verdade nasce e dá-se em Cordialidade. E isso demonstra a Própria Verdade como Valor. O Professor Doutor José Enes escreve sobre “Ontoética”, a ética e os valores enraízam-se na Verdade do Ser. No Ser, e com o Ser, temos a Valores e Valores com Solidez.
É de Igual Referência Maior a Filosofia e a Fenomenologia que tanto cultivou o Saudoso Professor Doutor Gustavo de Fraga.
José Enes e Gustavo de Fraga foram – e são – dois Magnos Filósofos e Professores que tanto têm para dar à Sociedade, nas múltiplas instituições. No dia 25 de fevereiro de 2014 eu proferi, no antigo Anfiteatro C, uma Conferência de Abertura, plenária, intitulada: “SICUT AURORA SCIENTIA LUCET: Uma leitura metafórica e hermenêutica do lema da Universidade dos Açores, à luz da Ontologia e da Fenomenologia: Interpelações Educacionais ao Pensamento de José Enes e de Gustavo de Fraga” (cf. Jornal Diário dos Açores, Edição de 27 de fevereiro de 2014, p.9). Já na altura senti, e afirmei, publicamente, que os Nossos Maiores queriam falar e que a Ideia – quase à maneira de Hegel (sem hegelianismos) – estava lançada e semeada, para quem quisesse dar continuidade e, o que é facto, é que, daí para cá, já se realizaram vários Colóquios e outras Iniciativas sobre as Figuras, Pensamento e Obra do Professor Doutor José Enes, Magno Primeiro Reitor da Universidade dos Açores, e do Professor Doutor Gustavo de Fraga, Magno Primeiro Vice-Reitor da Universidade dos Açores, de quem fui Aluno, de ambos, e Monitor/Assistente, ainda durante a Frequência do Curso, de 5 anos, da Licenciatura de História e Filosofia (via ensino). A Luz das Origens ilumina o Presente e Projeta-se no Futuro. Os Gigantes do Pensamento e da Ação têm sempre uma Missão para todos os Tempos, na Essência do Tempo, a Ser, à Luz da Fenomenologia, do Ser da Consciência, da Consciência das possibilidades e das possibilidades do Ser, como ensina Viktor Frankl, citado, várias vezes, pelo Professor Doutor Gustavo de Fraga.
Afirma o Professor José Enes: “Entretanto, a verdade da religião, enquanto por ela se entende a revelação do fenómeno religioso na sua autenticidade, não é estranha à fenomenologia. Antes: procurando a manifestação da experiência religiosa na sua estrutura fundamental ou na sua essência, prescindindo de qualquer teoria sobre ela, a fenomenologia tem, como fim principal da sua hermenêutica, a mesma verdade religiosa.” (Enes, 2024, p. 25). A Ciência da Administração da Instituição decorre do Saber e do Conhecimento da Filosofia. O Professor José Enes ascendeu à compreensão da Função de Reitor porque, antes, deu Provas do seu Profundo Saber, como Filósofo e Professor, na humildade da Pessoa e na essência da Sabedoria e Sageza a que muitos poucos conseguem aceder. Cientificar é uma forma de Laborar a que só se acede com a Metodologia e Prática da Filosofia, da Procura da Sabedoria. E essa humildade dá-se e manifesta-se como Testemunho. A Leitura dos seus livros, incluindo os últimos, remetem para essa Exigência Primeira e Primordial, a que só se acede através de uma Onto-Fenomenologia, de Abertura à Luz do Ser e ao Ser da Luz.
Este é um tempo de trevas. É preciso regressar à Luz do Conhecimento e avançar nas (in)Certezas da Vida. De novo, a Palavra dos Verdadeiros Filósofos assume uma centralidade fundamental e um notável relevo, em perspetivas e unidade, na Ordem do Ser e do Conhecer, em Ontologia e Fenomenologia.
No livro Fenomenologia da Religião, afirma José Enes: “Cedo, porém, o homem experimentou em contrapartida que não residia nele a fonte primeira da força genésica. Vindo da terra, por ela sustentado e alimentado, conheceu-se o homem como homem, ou seja, feito e habitante do húmus. A sua condição de nascença é a humildade.” (Enes, 2024, p. 32). A humilde é o Signo da Força Genesíaca da Terra, Princípio e Vida. Só a Pessoa humilde é, na sua essência, revelação de transparência e autenticidade, na Verdade do Ser. Só a Pessoa humilde tem, por natureza, a Força, congénita, da Vocação e da Missão. Só essas Pessoas são Referência, para Sempre. As Pessoas de Vocação e Missão são imbatíveis porque nelas há a força imparável da Verdade e da Procura da Verdade.
Ponta Delgada, 24 de julho de 2024,
Emanuel Oliveira Medeiros

A Civilização atual está doente

A Civilização atual está doente. Não é possível curá-la sem diagnosticar as Causas Profundas da Enfermidade. Quem está interessado e, no entanto, é a nossa sobrevivência, vivência e convivências que podem ser profundamente atingidas. Já não basta falar em Esperança, é Urgente falar em Esperança Cristã. Ser Cristão e Católico é uma forma aberta e especialíssima de ser, é o modo mais alternativo contra as ideologias destruidoras do Humano.
É preciso Cuidar do Corpo e da Alma, no dinamismo da sua Diversidade e Unidade. Só o Espírito é Princípio de Vida.
Ponta Delgada, 15 de julho de 2024,
Emanuel Oliveira Medeiros

Emanuel Oliveira Medeiros*
Professor Universitário
Universidade dos Açores

*Doutorado e Agregado em Educação e na Especialidade de Filosofia da Educação
Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

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