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Associação de Vitivinicultores dos Açores responde aos ambientalistas

Em resposta ao artigo que saiu no Diário dos Açores, no dia 19 de setembro, de algumas das Associações Ambientalistas dos Açores, Fortunato Garcia, em representação da AVA (Associação de Vitivinicultores dos Açores), vem por este meio evocar o seu direito de resposta:
“Em primeiro lugar, gostaria que os senhores representantes destas Associações nos dissessem qual o estudo que indica que a rola turca é uma ave nativa dos Açores.
Esta espécie foi introduzida nos Açores há poucos anos. Devido às condições ideais das nossas ilhas, e devido a conseguirem procriar com bastante rapidez, neste momento terá de ser considerada uma espécie invasora, repito, não nativa.
Em todo o mundo civilizado, todas as espécies de fauna e flora que são consideradas invasoras, são controladas. (Algumas nativas, como por exemplo o canguru na Austrália). Nunca nenhum dos declarantes, nas suas declarações, disse que a solução era dizimar as espécies. Somente estamos a pedir uma forma de as controlar.
Deverão ter em consideração que são vários representantes do setor a efetuar exatamente as mesmas declarações. Por exemplo, esta Associação representa aproximadamente 90% dos vitivinicultores dos Açores. Não estamos a falar de um caso isolado. É um problema comum afetando uma boa parte da população ativa deste setor primário.
Precisamente por serem muitos a revindicar perante o governo, é que este achou que deveriam pensar em algumas medidas que protegessem e minimizassem os estragos que estão a ser causados. Forma ilógica e eleitoralista é esta vassa posição, aqui sim, sem nenhum tipo de provas válidas que comprovem a vossa posição.
Numa área de 1.200 hectares de vinha, isto só na ilha do Pico, uma amostra realizada em 2016/17, com poucos meios quer tecnológicos quer humanos, por favor, meus senhores, nunca pode ser considerada uma amostra válida. Ainda mais que o problema da rola é o seu aumento anual. Desde 2016, que a população da rola turca aumentou exponencialmente.
Um estudo que os senhores deveriam fazer, em vez de atacarem quem trabalha de sol a sol a céu aberto, talvez deveria passar pelo impacto que esta espécie está a ter, invadindo o território das outras, sim nativas, fazendo com que estas tenham de procurar outras formas de sustento. A isto chama-se um desequilíbrio do nosso ecossistema.
Antes das leis europeias, sempre se caçou ao pombo torcaz nas nossas ilhas e não foi por isso que a espécie foi extinta. Aliás, na altura era uma espécie controlada, pois ninguém então reclamava dos prejuízos causados. Mais um estudo com amostras pouco fidedignas é que levou à proibição da caça. Já agora, para informação dos leitores, o pombo torcaz é uma ave migratória, que devido às nossas ilhas lhes oferecerem condições ideais, por cá foram ficando, pois, com tanto alimento, não conseguiram mais atravessar o Atlântico. Deveriam os senhores saber que a caça legislada, é uma excelente forma de controlar populações de espécies que prejudicam o equilíbrio dos ecossistemas. Repito, existe em todo o mundo civilizado.
Mas, a verdade é que há uma forma bem melhor dos senhores ambientalistas obterem as suas provas, e então, com conhecimento de causa, poderem comprovadamente difamar aqueles que estão a tentar sobreviver em culturas difíceis, penosas e ingratas, pois já basta o nosso clima ser perfeito para todas as outras pragas existentes.
Convido estes senhores a saírem das suas secretárias e ingressarem, num ano experimental, a colocar o chapéu de palha, levantar de madrugada, andar com a máquina de sulfatar às costas nos terrenos pedregosos e difíceis, com a esperança de que o seu trabalho dê frutos e depois, no final do ano, observarem que o fruto do seu trabalho foi literalmente atacado pelos bandos incontroláveis, em maior número de dia para dia, que assolam as nossas ilhas.
É assim que se consegue uma amostra fidedigna dos prejuízos que andam a ser causados na nossa agricultura. Estar presencialmente nos locais e observar os estragos realizados, e assim, talvez possam compreender realmente o que estamos a tentar reivindicar. Somos nós os trabalhadores deste setor primário, que in loco, andamos a observar o que está a acontecer. Daí os alertas do problema, para o Governo Regional, que vem agora os senhores querer desmentir.
Considero, pessoalmente, uma falta de respeito pelos trabalhadores da agricultura da nossa região, a posição das cinco associações que subscreveram este artigo. Os senhores estão diretamente a chamar de mentirosos às pessoas que pura e simplesmente estão a pedir a vossa ajuda. Haja mais respeito, por favor”.

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