Estamos prestes a entrar no terceiro ano de uma guerra em solo europeu. No início, talvez muitos tivessem pensado que seria uma ação rápida e passageira, com Vladimir Putin disparando alguns mísseis. Mas a realidade revelou-se bem diferente. Agora, é evidente que a ambição territorial russa não termina na Ucrânia.
Embora, para alguns, o conflito Rússia-Ucrânia ainda pareça distante, o desconforto generalizado tem crescido em vários setores da sociedade. Isso é um sinal de que, gradualmente, estamos a acordar para a ameaça real que Putin representa. E é uma ameaça que devemos encarar com seriedade.
Entretanto, o mundo não se resume a este confronto. Daqui a duas semanas, os Estados Unidos, a maior democracia do mundo, enfrenta uma eleição crucial. Apesar da sua economia robusta, o país atravessa uma crise social e moral sem precedentes. A divisão entre democratas e republicanos nunca foi tão profunda, e o resultado das eleições, seja qual for, vai trazer um período de transição difícil. A política refletirá uma sociedade dividida até ao âmago.
Em resumo, vivemos tempos incertos. E em momentos como este, cada um de nós, em qualquer posição que ocupe – seja como cidadão, político ou líder – tem o dever de agir com responsabilidade. Este não é o momento para criar instabilidades desnecessárias. Pelo contrário, devemos ser construtores de pontes, com pragmatismo e sem moralismos superficiais.
A Europa, em particular, precisa de se manter firme no apoio à Ucrânia. Se recuarmos agora, deixamos o campo aberto para Putin. E isso, sem dúvida, não trará um futuro promissor.
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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