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Tempo Implacável

“Contar o tempo foi uma das grandes conquistas dos humanos, em termos civilizacionais. A partir desta contagem, controlavam toda a vida dentro de um espaço temporal: Dias, anos, séculos, milénios, eternidades…”

Estamos a chegar a 2025. O final do primeiro quartel do século vinte e um. E quão rápido tem passado estes anos desde 2000, o virar do milénio da era cristã.
Contar o tempo foi uma das grandes conquistas dos humanos, em termos civilizacionais. A partir desta contagem, controlavam toda a vida dentro de um espaço temporal: Dias, anos, séculos, milénios, eternidades…
A contagem do tempo é uma das mais antigas e fundamentais criações da humanidade.
Desde os primórdios, o homem sentiu a necessidade de medir e organizar o tempo para se alinhar com os ritmos da natureza e das suas atividades quotidianas.
Nas primeiras sociedades humanas, o tempo era medido de forma rudimentar, com base na observação dos ciclos naturais, como o dia e a noite, as fases da lua e as estações do ano. O sol e a lua eram os principais “relógios” utilizados. As primeiras referências a uma contagem organizada do tempo surgem na Mesopotâmia, por volta de 3000 antes de Cristo, onde os sumérios desenvolveram um calendário baseado em ciclos lunares.
No Egito Antigo a medição do tempo evoluiu com a criação do calendário solar, que consistia em 12 meses de 30 dias cada, somando 360 dias, aos quais se acrescentavam cinco dias adicionais dedicados aos deuses. Este calendário, apesar de simples, era extremamente preciso para a época, refletindo o alto nível de conhecimento dos astrónomos egípcios.
Os gregos, por exemplo, introduziram o conceito de horas, dividindo o dia em 12 partes iguais, embora essa divisão fosse variável ao longo do ano, uma vez que as horas diurnas eram mais longas no verão e mais curtas no inverno.
Já os romanos, com sua obsessão pela ordem e pela administração eficiente, desenvolveram o calendário juliano no ano 45 antes de Cristo, que reformou o calendário lunar romano e estabeleceu uma base mais estável para a contagem do tempo, com 365 dias e um ano bissexto a cada quatro anos.
A revolução científica dos séculos XVI e XVII trouxe inovações que mudaram radicalmente a forma como o tempo era medido. A invenção do relógio mecânico permitiu uma medição mais precisa e regular das horas, que passou a ser uniformizada em todo o ano. O desenvolvimento de relógios de pêndulo, como o de Huygens em 1656, e mais tarde de relógios de bolso, democratizou o acesso ao tempo preciso, tornando-o parte integrante da vida quotidiana.
No século XIX, a Revolução Industrial exigiu uma padronização ainda maior da contagem do tempo, o que levou à criação dos fusos horários e ao estabelecimento do tempo médio de Greenwich (GMT) como referência mundial.
A introdução dos transportes ferroviários, que precisavam de horários coordenados em grandes distâncias, foi um dos principais impulsionadores desta mudança.
No século XX, o tempo atómico passou a ser a referência mais precisa, com a invenção do relógio atómico em 1949.Este tipo de relógio mede o tempo com base na vibração dos átomos de césio, permitindo uma precisão de apenas um segundo de diferença em milhões de anos.
Hoje, o tempo é medido em escalas atómicas, e o Sistema Internacional de Unidades (SI) define o segundo com base nessas oscilações atómicas.
A contagem do tempo é uma construção humana que reflete a evolução do conhecimento e das necessidades da sociedade ao longo dos séculos.
Desde as observações simples dos ciclos naturais até à precisão dos relógios atómicos, a história da medição do tempo é uma história de progresso e adaptação contínua.
Ela ilustra como a humanidade procurou, e continua a procurar, entender e organizar o universo à sua volta.
Um Bom 2025 para todos e todas.

José Soares

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