De acordo com o “Ciência Vitae”, (Plataforma Europeia de Registo Científico), a minha Grande Área e “Domínio de Atuação” é: “Ciências Sociais – Ciências da Educação” e “Humanidades – Filosofia, Ética e Religião”.
É tempo de reafirmar Ser Cristão e Católico, – mas em purificação, em perdão, em reconciliação, em conversão, constante, todos nós, pecadores -, em Educação, num Mundo Secular. Mas há que erguer a Voz, na Palavra ou no Silêncio, em Discernimento, contra o secularismo e o mundanismo, como denuncia o Papa Francisco. O Cristão deve estar vigilante para não cair na alienação, em várias formas de alienação. Cristo afirma: “Vigiai e Orai para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt, 26: 41). Porque somos pecadores, impõe-se uma forte exortação: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt.5, 44) e é nesse sentido da “Universalidade do amor cristão” que se entende, à luz divina e humana, a forte exortação:” “Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste”(Mt.5: 48). O Pai celeste chama e convida ao amor. Somos imperfeitos, seres de faltas e de falhas, mas a tomada de consciência da nossa centelha divina faz o cristão nunca se vergar à alienação, mas erguer-se para o Alto, e é o próprio Cristo quem exorta “Levantai-vos, vamos” (Mt. 26, 46)
O Testemunho de Cristo, e em Cristo, dá-se na Palavra e no Exemplo, no concreto da vida, pessoal, familiar, em privado, em público, olhemos a exortações dos Papas, com vínculo à Palavra de Deus.
Até hoje, há três Papas que fazem parte da minha vida, desde logo como Pessoa, como Cristão e Católico, em todas as dimensões da minha vida, essa é a minha mais Profunda Identidade, em Substância constituinte e de relação, em dinâmica de Ser, na Unidade do Espírito Santo. Falo dos Papas S. João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Tinha eu treze anos de Idade e vi e ouvi a Voz, poderosa e sapiencial, de João Paulo II afirmar: “Não tenhais medo”, “Não tenhais medo de ser santos”. Até hoje, aquelas, poderosas, palavras estão no mais íntimo do meu ser, a irrigar, com força, o meu ser, a minha Fé, que bebi no ventre da minha amada Mãe e colhi no meu Berço, espiritual e físico. É essa Força genésica do meu Berço e dos meus Pais, Mãe e Pai, – diga-se -, que atuam no mais profundo de mim. Em termos filosóficos perguntamos na Escola: “Quem sou eu?” E hoje, já adulto, maduro, experiente, na vida, respondo como o menino vivo, que há em mim: Eu Sou Cristão e Católico, essa é a minha Identidade Primordial, mais profunda, no meu ser, todo, em abertura, Filho de Deus, como Pessoa, que sou, nas múltiplas condições e dimensões de mim, em Essência e Existência. No Batismo foi-me dado o meu Nome, próprio, como acontece com todos no ato do Batismo. Esta tomada de consciência, cristã e católica, é da maior importância, até para o mundo secular. Nesse sentido, somos o nosso Nome, que deve ter uma Significação Bíblica, como recomenda, vivamente, a Santa Igreja Católica de Cristo, e assim fazem, em consciência, Mãe e Pai. Desde muito menino soube, soubemos, eu e os meus irmãos, o sentido bíblico dos nossos nomes. Os nomes a dar e a doar ao Batizando são depositários de uma Vontade Divina e Humana. É já com o nosso Nome que se somos apresentados a Deus, que, todavia, já, antes, nos conhece. Podemos ler no Evangelista de João: “Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer” (Jo, 15, 16). O meu Amor a Cristo e ao Santíssimo Sacramento sempre foi – e é – muito forte, foi-me transmitido em vivência e ensinamento. E digo, Cristo, Amigo, Sejas sempre comigo, em Invocação do Divino Espírito Santo.
Sou na minha Identidade Substancial, em dinâmica, em essência e existência. Somos Identidade plural. Ao longo da minha vida sempre tive essa Identidade muito vincada, e cada vez mais, “por Cristo, com Cristo e em Cristo.” Aprendemos em Filosofia e na Filologia que Ser Radical é Ir à Raiz, ser radical é ser moderado, é ir ao cerne, ao Núcleo e ao Centro de nós, em todos os sentidos, no Sentido. A minha caminhada com Cristo teve dois outros sacramentos fortes: O Crisma, ou confirmação, em Cristo, e o Matrimónio Católico, no Amor Eterno, para com a minha Esposa, em Cristo. Sendo pecador, mas com Amor, caminhar com Cristo é aceitar a Cruz, a incompreensão, a Cruz que é Dor, mas Amor, Defesa e Luz. Do Caminho Doloroso vem o Caminho Glorioso e quanto mais o mundo e a sociedade está como está, mais sinto a Fé em Cristo, a Fé é cada vez mais intensa e ardente.
Foi Cristo que na História viva da Humanidade e na História viva de cada um de nós conquistou, para todos, esta condição inédita, de sermos Filhos de Deus, sermos Pessoas, tal como o Deus Trino são três, a Santíssima Trindade, Deus Pai e Deus Filho e Deus Espírito Santo. E ninguém é órfão nem de Pai nem de Mãe. Deve-se, até historicamente, ao Cristianismo a conquista da Dignidade de Sermos Pessoas, uma Dignidade Divina, com força teológica (religiosa) e ontológica (de ser). O Ser da nossa Identidade advém da fonte do Direito Natural, não do Direito convencional. Quantas barbaridades e monstruosidades não foram cometidas, também em pleno Século XX, para, em 1948, ter sido estatuído, e instituído, pela ONU a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Note-se, universal, não internacional. Não se trata de negociação entre Nações, mas uma prerrogativa da pessoa, em concreta, onde quer que viva no Mundo.
Há um tempo antes e um depois de Cristo, na Unidade do Tempo, e de Maria. Deus concebe em Maria, através do Poder do Espírito Santo. E Dogma é, na sua essência, Liberdade, porque faz coincidir a vontade humana com a Vontade de Deus. Maria disse livremente Sim, tocada no seu Santo Coração. O mundo está como está porque os corações estão cheios de ódio, de impulsas de vinganças de morte, de maldade, de mentiras, de coisas ruins, de era daninha, de joio que há-de ser queimado para ficar só o trigo, fruto e fermento de Amor, que há-de renascer. Afirma Cristo, no Evangelho de S. João: “Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer, de sorte que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai, Ele vo-lo concederá. Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros” (Jo, 16-17). O Mandamento do Amor não é uma Novidade do Novo Testamento, o Deus de Isac e de Jacob, Criou por Amor, criou e deu Vida, “e vida em abundância”, como nos diz Cristo, “Criado, consubstancial ao Pai”. Por isso Cristo afirma que antes de Abraão já Ele era: “Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, Eu sou” (Jo, 8, 58). É a Criação, antes, até do ato de Criar. Deus é Puro Criador, é Pai de toda a Criação e de todas as Criaturas. É a Vida do Espírito, como muito bem explicam os Filósofos da Metafísica. Mas a Metafísica como puro conceito é pouco, à maneira de Hegel, há muito que defendo uma Metafísica de Carne e Osso, presente no Sermão da Montanha e na Parábola do Bom Samaritano. Assim, há uma ligação dinâmica entre espiritualidade, cristianismo, cristandade e catolicidade.
Maria disse SIM ao Anjo Gabriel, enviado de Deus. E como dizem todos os Papas, ao Longo da História, o “Sim” de Maria mudou, Para Sempre, o Curso da História e da Humanidade e, antes, das nossas vidas como pessoas. Deus é o Senhor da Vida, o Senhor do Universo e o Senhor da História.
Fui Batizado aos 7 dias de vida, após o Nascimento, daquele mês, daquele ano, também abençoado, assim o sinto, por S. João, dia em que fui Batizado. Através do pedido de meus Pais – Mãe e Pai -, e Padrinhos, – Madrinha e Padrinho, pelo Sacramento do Batismo entrei na Santa Igreja Católica, no Corpo Místico de Cristo, Luz da Vida, natural e sobrenatural. Os Símbolos no Batismo têm muita Força e constituem realidade espiritual e sobrenatural. Cristo, embora Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, também foi Batizado, por S. João Batista nas Águas do Rio Jordão, sobre o qual desceu a Voz de Deus, na forma de uma Pomba, Símbolo do Espírito Santo e Logo a Voz de Deus disse plenamente ao Mundo a Identidade de Jesus, o Messias, o Enviado de Deus.
O Povo de Deus caminha na Igreja Católica, fundada por Deus, na Pessoa de “Jesus de Nazaré”. (Bento XVI).
Cada Papa tem o seu estilo, a sua História de Vida, a sua Biografia, mas todos foram – são – Pastores, no sentido Evangélico Profundo, e Vigários de Cristo na Terra. Também influenciaram – e influenciam -, de modo explícito, ou implícito como Professor, que sou, por Vocação e Missão, eles próprios foram também Professores. E quem é Professor por Vocação e Missão tem um vínculo sagrado à Palavra, que promana da Nascente que é a Palavra de Deus, o Criador, Senhor da Vida, do Universo e da História. Em Verdade, falamos a partir do interior, sagrado, das palavras. No seu último livro, em Vida, Pensar, Vergílio Ferreira, num suposto registo laico, acentua, e em toda a sua Obra, “a sacralidade da palavra”, nele, há um fundo sagrado das e nas palavras, na revelação do escrever, do dizer o ser, que é.
É preciso também ter sempre presente que aqueles Papas foram Professores, no sentido que lhe damos, Filósofos e Teólogos, na Alta Responsabilidade como Pontífices. Procuro sempre adquirir os livros escritos por eles, as suas Encíclicas, etc. Não é habitual um Papa Escrever livros, mas sim encíclicas, etc. Mas Bento XVI, já Papa escreveu com o seu punho, a lápis, como sempre fez, o livro Jesus de Nazaré, em três volumes. Tenho, todavia, adquirido sobre eles alguns livros, poucos livros de, só quando são escritos por pessoas que com eles privaram, em caminhadas de Verdade. Uma das aquisições recentes, que há muito procurava, intitula-se (na língua espanhola): Nada más que la verdade. Mi vida al lado de Benedicto XVI (2023), da Autoria de Georg Gänswein, que acompanhou Joseph Razinger/Bento XVI, desde 2003 até 31 de dezembro de 2022, ano da sua morte e após, em termos profundamente espirituais, tal como Joseph Razinger, após ter declinado o convite de João Paulo II, depois, após aceites as condições, foi sempre o Braço Direito de João Paulo II que viu nele o seu “irmão espiritual”, após a leitura que fez do livro “Introdução ao Cristianismo” (1968) . Todas essas Figuras Referidas foram – e são – Verdadeiros Homens de Deus, na Igreja de Cristo e na Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana. E a sinodalidade pode reduzir-se no abraço de Religiões e Culturas, que é essencial, mas só se fortalece na Centralidade, e unidade, na Figura de Cristo e do Santíssimo Sacramento. S. João Paulo II e Bento XVI eram almas Verdadeiramente Eucarísticas. Em Bento XVI a essencialidade do Cristianismo está na própria Figura de Cristo, em Fé Viva e Atuante, e na Sagrada Eucaristia, na sua Solenidade, no Silêncio profundo no qual se esconde e revela Cristo na Hóstia Consagrada. O seu Amor por Cristo, levava o Papa Bento XVI, já em avançada idade, e sem se cansar, (como testemunha no livro “Bento XVI. Conversas Finais, com Peter Seewald)”, a escrever Jesus de Nazaré, tal era a vivência e proximidade da Fonte, melhor, da Nascente.
Emanuel Oliveira Medeiros*
Professor Universitário Universidade dos Açores
- Doutorado e Agregado em Educação e na Especialidade de Filosofia da Educação Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas