Edit Template

O travo amargo da cicuta

este é um tempo incerto e tempestuoso
de atravessar o mar das areias do deserto
cegando os olhos para não ver
raiar o sol

onde as vozes tonitruantes de um bando de apedeutas
chegam de outros distantes lugares
a anunciar o verso da catástrofe
e abafam o mágico vento que por lá perpassa

impedem sob os ombros
daqueles que que ambicionam atravessar
a longa estrada que o medo cria
para não os deixar agir em paz
e em paz libertos amar o possível

já que correntes como tenazes lhes prendem
os pulsos e os tornozelos
e mal podem caminhar ao empurrão dos algozes

a comando de feras que foram homens
que também foram imigrante e migrantes
em terras duvidosas onde se diz abundar a abelha e o mel

de fel e agrura o destino
de quem parte à procura de tecto pão
e ventura em terra alheia

-mas
o caldo que lhes servem para a ceia
tem sempre o travo amargo da cicuta

Victor de Lima Meireles

Edit Template
Notícias Recentes
“Romeiros de São Miguel” inscritos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial
“Habemus Papam” Cardeal Robert Prevost é o novo Papa e escolhe o nome de Leão XIV
Dia da Europa assinala hoje os 75 anos da Declaração Schuman com o Governo açoriano a assinalar a data em São Jorge
“Fixar jovens nos Açores tem de ser um desígnio local e regional”, defende o Presidente da Assembleia Regional
Ex-director do Serviço de Neurologia do HDES condenado a cinco anos e meio de cadeia
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores