Há alguns anos que tinha planeado uma caçada ao coelho bravo na ilha de São Miguel, na companhia do Caçador António Luís de Vila Franca do Campo, mais conhecido como o Faneca e provavelmente um dos maiores caçadores de coelhos bravos da atualidade no Arquipélago dos Açores. A oportunidade surgiu no dia 23 de Outubro de 2025 e concretizou-se. Caçamos no Altiprado a maior propriedade agrícola (pecuária) nos Açores, localizada na estrada do norte e bem próximo da Achada das Furnas. Connosco caçaram o Paulo Medeiros, um dos mais espetaculares aficionados da cinegética nos Açores e o Mário Jorge um ex emigrante das Bermudas. A matilha era constituida exclusivamente por podengos médios e pequenos portugueses, na sua maioria são do Faneca, e os restantes do Paulo Medeiros, mais conhecido como o Paulo da Casa Cheia. Caçamos só com os cães e sem espingardas, numa manhã que começou com sol e terminou com chuva. Foi uma jornada excelente de caça, de companheirismo e de ver e observar a trabalhar uma matilha de podengos caçadores de nível de Excelência, e numa combinação perfeita dos podengos médios com os podengos pequenos, a complementarem-se e com uma grande eficiência. De referir que esta raça de cães está devidamente classificada e registada como sendo raças portuguesas, é muito antiga e tem a sua origem em cães do antigo Egipto.
A caça quando praticada com ética e respeito pelo meio ambiente e os animais, sejam os cães ou as espécies cinegéticas é um acto natural, acresce que é uma forma de cooperar com os agricultores nas correções demográficas ligadas ao excesso das populações de coelhos, que provocam danos na agricultura e por essa via garantem a sua própria sustentabilidade, impedindo soluções mais radicais no seu controlo, como o recurso a vírus (mixomatoze ou HIV) que tem um impacto devastador na população do coelho bravo.
Gualter Furtado