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Melhoria de género

Os homens e as mulheres são diferentes!
Na Natureza é igual e até se distinguem facilmente.
Mas podem e devem ser iguais no direito à Igualdade .
Em Portugal, considerando o ano de 2023, a população residente era de 10 639 726 milhões, repartidos por 52,2% mulheres e 47,8%) eram homens. Temos vindo a assistir um tendência estatística para a população residente ser maioritariamente feminina.
No entanto a realidade contradiz este aparente equilíbrio.
Na prática, e segundo as estatísticas, são as mulheres que estão em minoria numa série de rankings onde deveríamos esperar mais paridade e proximidade.
Espreitando o Boletim Estatístico 2024 da responsabilidade da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, intitulado “Igualdade de Género em Portugal”, esta entidade publica e detalha a situação de mulheres e homens no país em diversas áreas onde estabelece um Índice de Igualdade de Género da UE . Portugal surge em 15º lugar, entre os 26 membros da União Europeia.
A título de exemplo, aborda o mercado de trabalho, onde as mulheres ainda estão em setores menos remunerados e com menos poder de decisão, bem como a elevada percentagem de empregos a tempo parcial femininos, que impacta rendimentos e carreiras.
Segundo os dados do Pordata, também identifica que as mulheres portuguesas têm vindo a adiar a maternidade ; temos menos jovens mulheres nem-nem, com menor taxa de abandono escolar feminina e maior presença no ensino superior; tem uma das maiores taxas da União Europeia de participação feminina no mercado de trabalho a tempo inteiro; grande precariedade dos vínculos contratuais; em todas as categorias de profissões existe uma disparidade de vencimentos entre homens e mulheres em prejuízo da população feminina; as mulheres em Portugal ganham, em média, menos 16% do que os homens; a presença feminina em cargos de liderança ainda é significativamente inferior à dos homens; nos órgãos de decisão das empresas, havia menos de uma mulher para cada quatro homens (17%) em cargos seniores, o que coloca Portugal em 22º lugar entre os países da União Europeia. E os dados oficiais ainda acrescentam para fechar : vulnerabilidade das mulheres é evidente ainda no risco de pobreza: no geral, é mais elevado do que nos homens.
Neste quadro esmagador, a sociedade tem de agir e mobilizar-se para inverter este estado social degradante e perigoso, se considerarmos que pode ter uma tendência de crescimento.
Porém nas empresas e na sociedade de hoje, felizmente vemos com expectativa e esperança as iniciativas como a Agenda 2030 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) promovida pela ONU. Nesta carta de intenções, a Agenda 2030 pretende levar a cabo um plano de ação global adotado para erradicar a pobreza, garantir o desenvolvimento sustentável e proteger o planeta até 2030, com 17 os tais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas associadas .
Estes objetivos globais assumidos pelos 193 países das Nações Unidas têm como ambição “não deixar ninguém para trás”, através do estabelecimento de uma linguagem comum para todos os stakeholders, fixam metas de sustentabilidade, com foco em áreas críticas para a humanidade, e estruturam-se em torno de 5 Princípios: Planeta, Pessoas, Prosperidade, Paz e Parcerias. ( citando a Agenda 2030 ).
O plano visa construir um mundo mais próspero e pacífico para todos, abrangendo as dimensões social, ambiental e económica.
Perante isto é inquestionável que todos nos devemos mobilizar nesta direcção para alcançar um mundo mais sustentável e mais justo para ambos os géneros e para a sociedade em geral!
Hoje em dia é recorrente vermos nas empresas, nos municípios, nos organismos públicos, coletividades, estabelecimentos de ensino, entre outros a evocar os tais 17 ODS e a visão comum para a Humanidade, como também a proporem o contrato social para uma gestão e estratégia nas empresas e nestes organismos com vista a implementar os princípios da sustentabilidade para mobilizar esforços globais à volta de um conjunto de objetivos e metas comuns.
Entre todos estes objetivos, destaca-se aqui para este tema o ODS nº5 que consagra a sua ação à volta da Igualdade de Género com o fim de garantir a dignidade e igualdade .
Acredita-se que a dinâmica colocada nos ODS são uma oportunidade única e necessária para apoiar um crescimento sustentável, regenerativo e inclusivo.
E também um forte compromisso face às desigualdades e assimetrias sociais.
Considera-se que têm a capacidade de desencadear inovação, crescimento económico e desenvolvimento a uma escala sem precedentes.
Em 2022, o relatório da ONU sobre desenvolvimento sustentável, conduzido por cientistas independentes, destacou Portugal como um dos países mais sustentáveis do mundo. Mas que nos serve se continuamos a ter os indicadores estatísticos que penalizam esta suposta Igualdade de Género.
Acho relevante destacar com detalhe a intenção e o conteúdo do dito ODS 5 : alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres ; acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres; eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas pública e privada; garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades de liderança.
É fundamental estar atento também às metas para cada objetivo, mas destacaria, sem sombra de dúvidas, a informação que se pode captar na elaboração dos indicadores pois monitorizam e demonstram de forma clara , estatística e formal a realidade para cada parâmetro.
A título de exemplo, elaborar indicadores capazes de monitorizar a igualdade e a não-discriminação com base no género ; identificar a proporção de que foram objeto de violência física, sexual ou psicológica por um parceiro, por forma de violência e por idade; proporção de tempo gasto em trabalho doméstico e em prestação de cuidados não pagos, por sexo, grupo etário e localização ; proporção de mulheres em cargos de chefia ; proporção de mulheres que decidem de forma informada sobre a sua vida sexual, uso de contracetivos e saúde reprodutiva, entre tantos outros.
Em resumo mais do que focado nos objetivos, o sistema quer conhecer as metas e os seus indicadores. Com prioridade nesta componente dos princípios adotados para cada objetivo, a ideia fulcral será a integração de medidas na organização e posteriormente reportar, comunicando conclusões relevantes que visem a dita convergência nos direitos e ambições de ambos os géneros.
Na realidade, uma parte do nosso tempo é passado nas empresas e no desempenho da nossa atividade profissional. As horas que estamos fora de casa são também relevantes e edificantes para o que levamos para casa. A sociologia das empresas salienta sempre que é no seio do mundo do trabalho, nas estruturas organizacionais em sentido lato, que se cria os relacionamentos profissionais e os interpessoais que condicionam em muito o nosso comportamento e atitude diários. E isso terá certamente consequências na mundividência de cada um.
É por isso mesmo que o modelo social da empresa tem responsabilidades e poderá ser um motor para a mudança e para a melhoria do modelo social de muitas famílias. Estes modelos aqui apresentados traçam eficazmente as linhas fortes com que nos poderemos defender se quisermos inverter o estado de coisas.
Pensa-se ser consensual que não é fácil digerir e de forma recorrente como somos obrigados a conhecer através dos dados assustadores da violência doméstica e as restantes variáveis derivadas que identificam comportamentos tóxicos condenáveis e que têm também recorrentemente sido condenados de forma eficaz. Os dados oficiais confirmam que a maioria das situações de violência doméstica ocorre em relações conjugais ou de intimidade, atuais ou passadas, seguidas de relações filio-parentais.
Se queremos pensar em Igualdade e Respeito há que exigir em toda a linha esta condição e demonstrar em todas as circunstâncias a não aceitação de um comportamento sexista ou discriminatório independentemente do lado em que se esteja.Na situação limite, entre agressor e agredido, a vergonha terá mesmo de mudar de lado!

*Hoteleiro
João Cogumbreiro*
Campanha 16 Dias pelo Fim da Violência contra as Mulheres 2025

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