- A primeira embirração de estima, afeta o meu bem-estar social, psíquico, anímico, físico… e vai contra todos os condutores (mas especialmente os turistas em carros de aluguer) que ainda não aprenderam a circular em rotundas. Na primeira faixa tem de se sair logo +para a direita e não forçar a entrada para a saída seguinte…. Pintem setas no pavimento, façam ilhas de betão na faixa para eles não seguirem, entreguem panfletos multilingues aos turistas, metam lá a PSP e GNR durante umas semanas a educar depois a multar e garanto que perco essa embirração, contra todos os que se metem à minha frente e obrigam a travar para entrarem na minha faixa de rodagem em rotundas.
- A segunda embirração respeita a deficientes mentais que não sabem ler este sinal
E estacionam para ficarem mais perto da entrada / saída do supermercado, da farmácia, serviço do governo, etc. Quando uma pessoa que utiliza esse dístico quer estacionar, encontra os lugares reservados ocupados por esses deficientes mentais. Nunca há seguranças, nem PSP, nem GNR nem Polícia Municipal a jeito para mandar retirar as viaturas em contraordenação. É a impunidade e o desrespeito total.
Nunca me esqueço de que em Melbourne 1994 a minha companheira, cheia de pressa numa compra de sábado a minutos antes do hiper fechar, estacionou num desses lugares, “só por um minuto”. “Um minuto” depois ao regressar estava a multa no para-brisas, com menos 4 pontos na carta de condução e uma dívida de 200 dólares… Se cá fizessem o mesmo eu perdia essa embirração.
- A terceira embirração roça a utopia, pela minha incapacidade de aceitar (na maior parte dos casos) as penas suspensas oferecidas a políticos, pedófilos, abusadores e demais criminosos. Aceito que em algumas (poucas) circunstâncias, a atenuante de ser infrator pela primeira vez (em crimes menores) a possa justificar como medida excecional mas em casos de políticos, pedófilos, abusadores (de companheiros, companheiras, filhos, pais, etc.,) nunca deveria ser aplicada. Essas penas suspensas e a obrigatoriedade de apresentação em posto policial (para pessoas sem morada certa, por exemplo) são insultos aos normais cumpridores das leis. Não foi há muito que um alegado terrorista islâmico (libertado por juiz português com obrigatoriedade de apresentação na esquadra portuguesa) cometeu as maiores atrocidades em França antes de ser abatido a tiro. Não sei nem me interessa qual a desculpa do juiz luso mas que ele devia ser corresponsabilizado pelo ataque terrorista é um facto como responsável acessório de crime. Mas o melhor é não falar de justiça que prende, acusa, divulga segredos de justiça na TV e passados dez anos ou mais, ainda ninguém foi julgado ou condenado…(Sócrates? Nem era só nele que estava a pensar…)
São estas as minhas embirrações, que me perseguem há anos e para as quais me sinto impotente, neste dealbar de 2024 cheio de guerras, injustiças, fome, pobreza, desigualdades e injustiças globais, embora aqui neste cantinho do Atlântico tenhamos sido poupados a muitas.
Chrys Chrystello*
*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713