A Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Teresa Gonçalves, disse que apesar de o Governo Regional ter suspendido a privatização da Azores Airlines, a empresa “continua a fazer o seu trabalho”.“Há uma suspensão de um processo. A SATA continua a fazer o seu trabalho. Continuamos a tomar as decisões que são necessárias tomar e que levam a companhia ao rumo que tem que seguir. Nada parou em termos da operação da SATA e das decisões que temos que tomar”, disse a responsável.Teresa Gonçalves, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem do Fórum da Aviação Regional Sustentável 2024, organizado pelo Grupo SATA Airlines e pela European Regions Airline Association (ERA), sublinhou que o processo de privatização da companhia aérea açoriana “está suspenso, não encerrado”.“O processo foi parado por questões políticas e, agora, há de ser retomado”, salientou.Segundo a Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, depois da suspensão, decidida pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) em Dezembro, “não houve nenhum contacto com a Comissão Europeia”.“A SATA tem até 2025 para fazer a privatização. E, portanto, temos aqui liberdade para poder andar nos ‘timings’ e nos ritmos que é necessário. Mas, a SATA não tem qualquer conversa com a Comissão Europeia. A conversa é sempre entre o Estado-membro e a Comissão Europeia”, concluiu.O Governo dos Açores, liderado por José Manuel Bolieiro (PSD), indicou no início de Dezembro a decisão de “suspender os processos públicos de alienação da Azores Airlines.“A actual situação política na Região Autónoma dos Açores, com o Orçamento Regional inviabilizado pelos partidos da oposição, e a mais do que provável futura dissolução do Parlamento regional, com convocação de eleições legislativas regionais antecipadas, impõe, no entendimento ético democrático do Governo Regional dos Açores, a adequada decisão de suspensão dos concursos de alienação para efeitos de privatização, de parte do Setor Público Empresarial Regional”, referiu então a Presidência do Governo açoriano num comunicado.O Executivo liderado por José Manuel Bolieiro indicou ainda a decisão de suspender os processos públicos de alienação dos hotéis das Flores e Graciosa detidos pelo arquipélago.Segundo a nota, naquela data, o Governo dos Açores comunicou aos conselhos de Administração da Sata Holding S.A e da empresa Ilhas de Valor que “suspendessem a tramitação dos concursos públicos até que a situação se encontre clarificada e seja assumida decisão definitiva pelo novo Governo Regional, resultante das futuras eleições legislativas regionais”.O Presidente do Governo dos Açores explicou que o executivo suspendeu os referidos processos de privatização por uma questão de “ética democrática e cautela”.Já depois desta decisão, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu a Assembleia Legislativa Regional e marcou eleições antecipadas para 4 de Fevereiro.Um total de 11 candidaturas, das quais três coligações e oito partidos, apresentaram listas a este acto eleitoral.