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Açores lideram subida de preços das casas em Janeiro

No mês de Janeiro de 2024, os preços das casas à venda aumentaram em todas as regiões do país, com excepção do Alentejo (-1,4%), segundo barómetro de preços do idealista/news.
A liderar as subidas dos preços, encontra-se a Região Autónoma dos Açores (2,9%), seguida pelo Norte (1,4%), Região Autónoma da Madeira (1,3%), Área Metropolitana de Lisboa (1,1%), Centro (1%) e Algarve (1%).
A Área Metropolitana de Lisboa, com 3.579 euros/m2, continua a ser a Região mais cara para adquirir habitação, seguida pelo Algarve (3.283 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.914 euros/m2) e a região Norte (2.134 euros/m2).
Do lado oposto da tabela encontram-se o Centro (1.414 euros/m2), a Região Autónoma dos Açores (1.481 euros/m2) e o Alentejo (1.503 euros/m2) que são as regiões mais baratas para comprar casa.

Mais 2% em S. Miguel

Por outro lado, as casas ficaram mais caras em S. Miguel 2% de Dezembro para Janeiro.
Analisando os 25 distritos e ilhas com amostras representativas, salta à vista que as casas à venda ficaram mais caras em 18 territórios entre Janeiro face a Dezembro.
Foi em Castelo Branco onde os preços das casas para comprar mais subiram (4%), seguido da ilha de Santa Maria (3%), ilha do Faial (2,9%) e ilha Terceira (2,5%).
A lista dos territórios que registaram um maior encarecimento das casas à venda continua com Vila Real (2,3%) e ilha de São Miguel (2%).
Com subidas dos preços das casas inferiores a 2% encontram-se a Guarda (1,5%), ilha de Porto Santo (1,4%), Porto (1,4%), Viseu (1,4%), ilha da Madeira (1,3%), Aveiro (1%), Faro (1%), Leiria (0,9%), Santarém (0,9%), Coimbra (0,9%) e Braga (0,6%).
Por outro lado, os preços das habitações para comprar mantiveram-se estáveis neste período em Setúbal (0,2%), ilha do Pico (0,2%), Viana do Castelo (-0,1%), Bragança (-0,2%), Beja (-0,3%) e Portalegre (-0,4%). Por outro lado, os preços das casas apenas desceram em Évora (-6,5%).

Risco de bolha imobiliária

O acesso à habitação em Portugal está cada vez mais difícil, sobretudo, para as famílias com salários médios e baixos.
E por detrás desta dificuldade está a subida “preocupante” dos preços das casas no país nos últimos anos, a par dos elevados juros nos créditos habitação e da perda de poder de compra.
Acontece que esta elevada subida dos custos da habitação tem também riscos para a estabilidade financeira e para a economia em geral: “A subida dos preços [das casas] não justificada pelos fundamentos económicos poderá corresponder a uma bolha imobiliária”, alerta o economista Carlos Tavares, ex-Ministro da Economia do Governo de Durão Barroso, que coordenou recentemente um estudo sobre Habitação publicado pelo Observatório de Políticas Económicas da Sedes, em declarações ao idealista/news.
“Tenho dificuldade em admitir que não existe o risco de estarmos na presença de uma bolha imobiliária”, começa por dizer Carlos Tavares, explicando que “os preços das casas estavam, em finais de 2022, cerca de 75% acima do ‘pico’ observado quando se desencadeou a crise financeira em 2007/2008”. E esta subida foi “largamente suportada pelos efeitos da política monetária e da oferta de crédito, o que é uma característica típica das bolhas”, sublinha ainda o coordenador do estudo “Habitação e políticas de habitação para Portugal” elaborado para a Sedes e publicado em julho de 2023.

Vendas caíram em 2023

Embora a venda de casas tenha caído ao longo de 2023 devido à perda de poder de compra, rápida subida dos juros e clima de incerteza, os preços das casas continuaram a subir ao longo do ano – embora a menor ritmo – pelo que o imobiliário em Portugal continua sobrevalorizado, tal como alerta a Comissão Europeia.
E, ao que tudo indica, “a oferta de habitação acessível continua a ser insuficiente em Portugal [face à procura], o que pode manter a pressão sobre os preços das casas” no médio prazo, avisa ainda o economista.
Na sua perspectiva, “o cenário mais desejável seria o de uma ‘aterragem’ suave dos preços, com a sua redução gradual proporcionada por um aumento substancial da oferta de habitações para arrendamento”.
Para resolver a dificuldade do acesso à habitação que hoje assola Portugal, Carlos Tavares, também ex-Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) entre 2005 e 2016 e ex-presidente do Banco Montepio entre 2018 e 2022, avalia as actuais medidas do Mais Habitação e coloca propostas alternativas. Uma delas passa por rever o modelo de remuneração dos mediadores imobiliários (que é exclusivo do lado da oferta), de forma a desincentivar a venda de casas a preços elevados.

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