José Manuel Bolieiro agradeceu ontem à noite aos açorianos a confiança que lhe depositaram nas eleições e teve um agradecimento especial a S. Miguel, porque não só venceu as eleições na ilha, como conseguiu mais um deputado.
S. Miguel, como se sabe, era das ilhas onde se aguardava com mais expectativa o resultado, devido à vozes que diziam que a coligação não tinha investido nesta ilha.
Bolieiro disse que “o povo castigou uma coligação negativa”, referindo-se ao PS, acrescentando que os socialistas e Vasco Cordeiro deviam reflectir sobre o papel que tiveram no chumbo do orçamento, ao aliar-se com outros.
O líder do PSD-Açores recusou-se sempre a esclarecer se vai governar com o Chega ou se avança com uma maioria simples.
Mas deixou antever que “cada um que assume a sua responsabilidade” se o próximo orçamento não for aprovado.
“Sim, estou feliz pela confiança que me transmitem”, disse, ainda, José Manuel Bolieiro, prometendo continuar a “servir” os açorianos como fez nos últimos quatro anos.
Congratulando-se pela “forte participação” nas urnas, Bolieiro destacou o resultado em seis das nove ilhas dos Açores.
“É signficativo e não deixa margem para dúvidas em relação à minha liderança”, e agredeceu aos seus parceiros pela “coesão” e “sentido de missão” em “tempos muito difíceis”.
“Este reconhecimento personalizado da candidatura aumenta a minha responsabilidade” (…) “sem ceder a chantagens” e “para todas as ilhas”.
Dirigiu-se a Montenegro, ao seu lado, para dizer que “o líder do meu partido veio aos Açores para estar comigo e apoiar-me, mas também para cumprir a sua promessa de percorrer todos os municípios de Portugal”.
“Quero um primeiro-ministro que saiba reconhecer Portugal inteiro, e que olha para a sua projeção atlântica não como um fardo, mas sim como a melhor oportunidade de Portugal ter relevo na Europa e no mundo”, concluiu.
Montenegro ao lado de Bolieiro
Também na sede do PSD, em Ponta Delgada, Luís Montenegro falou antes de Bolieiro.
Elogiou José Manuel Bolieiro e a sua governação, diznedo que “pôs o interesse dos açorianos acima de todos os outros interesses, incluindo do PSD”.
Esta governação que “junta criação de riqueza, valorização das pessoas, solidariedade social é uma inspiração para o que vamos fazer no país a partir de 10 de março”, promete Montenegro, que atira para o PS a responsabilidade de impedir a AD de governar nos Açores: “Só pode haver um governo alternativo a este se todas a outra forças políticas e em particular duas – o PS e o Chega – se coligarem.”
Pedro Nuno Santos rejeita viabilizar
Pedro Nuno Santos, líder do PS, considerou ontem à noite, reagindo aos resultados, como “praticamente impossível” que os socialistas viabilizem um governo de direita, mas deixou a decisão para os órgãos regionais.
“Nunca trairíamos o eleitorado do PS, que ao votar no PS está a votar numa determinada visão da sociedade portuguesa e num determinado programa”, avança.
Pedro Nuno Santos assumiu a derrota, mas elogiou o trabalho de Vasco Cordeiro, acrescentando que “quando o PS ganha, ganha todo o PS. Quando o PS perde, perde todo o PS e hoje nós perdemos”
Quanto ao futuro governo, diz que “será uma boa decisão apoiada por todo o PS nacional”.
Mortágua reconhece derrota
Mariana Mortágua, líder do BE, reconheceu que o resultado obtido pelo seu partido ficou aquém do esperado, tendo perdido um deputado.
Garantindo que o deputado único do BE nos Açores será uma voz de “oposição” à esquerda contra o Governo Regional, Mortágua sublinha ainda que “há um oceano que separa” o Continente e os Açores em termos políticos, recusando a fazer leituras nacionais desta derrota eleitoral.
Costa felicita Bolieiro
O primeiro-ministro felicitou o líder da coligação PSD/CDS/PPM, José Manuel Bolieiro, que venceu as eleições regionais de ontem, e garantiu que o novo executivo dos Açores vai contar a colaboração institucional do Governo da República.
“Felicitei José Manuel Bolieiro pela vitória nas eleições regionais dos Açores, com votos das maiores felicidades a bem da região e dos açorianos”, escreveu António Costa na rede social X (antigo Twitter).
O primeiro-ministro adiantou ainda que o “Governo Regional dos Açores continuará a contar” com a sua colaboração institucional e do Governo da República.