Na Psicologia Clínica observam-se variados tipos e modalidades terapêuticas. Recentemente e com a ajuda do meu próprio processo terapêutico descobri a Terapia Focada na Compaixão (TFC). É um modelo enquadrado nas Terapias Cognitivo-Comportamentais de terceira geração com uma abordagem inovadora, na qual a Compaixão assume um papel central, nas suas várias vertentes: o dar compaixão, o receber compaixão e a autocompaixão.
A compaixão define-se como a sensibilidade ao sofrimento aliada a uma atitude de compromisso para atenuar esse mesmo sofrimento. Socorrendo-se de ferramentas fundamentadas no conhecimento acerca do funcionamento da mente, a TFC visa dotar as pessoas do conhecimento e competências que permitam compreender o funcionamento da mente e atenuar o sofrimento emocional.
O trabalho realizado em consulta baseia-se nas competências individuais que a pessoa já detém e na promoção de competências de mindfulness, aceitação e compaixão. Há que destacar o papel fundamental dado à promoção da harmonia e flexibilidade entre os três sistemas de regulação do afeto: sistema de defesa-ameaça, sistema de procura e o sistema de tranquilização, altamente influenciados por fatores genéticos e ambientais.
A autocrítica surge muitas vezes como um dos maiores “inimigos” do eu. Assim, o desenvolvimento de um “Eu”mais compassivo, bondoso e gentil, especialmente consigo próprio, que vive a vida momento a momento, são sem dúvida valiosos ganhos advindos desta modalidade terapêutica.
Numa atitude compassiva, aproveito para lhe deixar um desafio, caro leitor. O que poderá fazer para cuidar de si, ainda hoje?
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Tiago Medeiros