Três agricultores enviaram uma carta ao Presidente da Associação Agrícola de S. Miguel, Jorge Rita, denunciando que se sentiram enganados com os objectivos da manifestação de há alguns dias e pedem desculpa por terem exigido a demissão daquele responsável.
João Liberal Couto, Fábio Moniz e Rúben Oliveira escrevem que, relativamente à manifestação do passado dia 8 de Fevereiro, “fomos enganados!”:
“A manifestação, combinada em reunião no dia 5 de Fevereiro num salão sito na freguesia de S. Vicente Ferreira, focava-se no desagrado pela consecutiva baixa do preço do leite e pedido de ajuda da sua parte para um próximo manifesto, nunca na apresentação da sua demissão, como dito pelo Sr. Fernando Luís Mota e respectivos apoiantes!”, lê-se na carta que os autores autorizaram a divulgar.
“Afirmamos que muitos lavradores, agricultores e prestadores de serviços foram usados como aquisição de apoiantes para esta farsa de quererem obter o seu lugar”, acrescentam.
Os autores “pedem desculpa pelo sucedido”.
Entretanto, a Associação Agrícola de S. Miguel emitiu o seguinte esclarecimento: “Caros associados, na sequência das informações falsas que tem vindo a ser divulgadas, cumpre esclarecer que no acordo de parceria estratégica 2023-2028, assinado pela FAA, não está previsto que até 2030 sejam tomadas as seguintes medidas:
- fim do gasóleo agricola;
- metade dos herbicidas, fungicidas e insecticidas não se podem usar;
- um quarto das terras estejam em agricultura biologicas;
- a redução da utilização de adubos em 20%;
- proibição de usar metade dos medicamentos animais.
Para que não restam dúvidas, disponibilizamos o documento na íntegra, que foi rubricado e assinado pelos parceiros”.