Turismo é uma das palavras-chave para compreender a evolução e crescimento da economia açoriana dos últimos anos. Os números não enganam e não há histórico estatístico acumulado que desminta o trilho do sucesso. A face visível desse status está estampado no número de passageiros desembarcados, de dormidas, de refeições servidas nos nossos restaurantes, de turistas a circular por todos os cantos, não apenas da ilha de São Miguel, mas de todo o arquipélago.
Mas se após a pandemia queriam números cada vez mais crescentes, como não houvesse um limite, desenganem-se empresários de hotelaria e restauração.
O crescimento considerável de 2023 não poderá voltar a acontecer, a não ser que vivamos novamente uma época de excecionalidade, como foi a saída definitiva dos confinamentos provocados pela pandemia de Covid-19. Foi um ano atípico, pela positiva, e por essa via deem-se as graças.
Por outro lado, qualquer setor de atividade que conhece um momento de acentuado crescimento, também vai verificar a normalização. A excecionalidade terminou. E é aqui que entra a magia da gestão.
Sendo isso verdade, e de senso comum, é de realçar que os investidores tardios deveriam ter calculado os retornos e as expetativas sobre o futuro. Sabendo, como sabiam, que tudo poderia acontecer – decrease -, deveriam ter acautelado os seus investimentos não para a quantidade, mas definitivamente para a qualidade.
Luís Soares Almeida*
*Professor de Português
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