Depois de ter estado no Canadá, onde foram promovidos convívios com as comunidades em Toronto e Montreal, levando a bandeira da Caridade aos emigrantes que tanto colaboram com estas festas há dezenas anos, com o objetivo de angariar fundos que, depois, no próximo ano, se irão transformar em esmolas de carne e pão para as famílias mais carenciadas da Vila de Rabo de Peixe, teve lugar no passado sábado no Centro Cultural em Fall River, um jantar-convívio com a presença da bandeira e do mordomo e família.
Atuaram os artistas da Vila de Rabo de Peixe e não só: Tanya Creador, Marc Dennis, Xa Xa, Sandro G e José Nazário, além da participação de uma dispensa de castanholas que abrilhantou o serão, num serão muito concorrido cujo público era constituído na sua larga maioria por naturais e descendentes daquela vila do concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel.
Estas festas, de cariz religioso, têm na caridade o seu desígnio maior.
A Irmandade das Festas da caridade da Vila de Rabo de Peixe, São S. Miguel, foi criada a 23 de maio de 1875, com o propósito de celebrar o Divino Espírito Santo, dando auxílio aos mais pobres e matando a fome da população de Rabo de Peixe.
Esta Vila vê nesta festa uma forma de convívio, mas, sobretudo, de partilha.
Aqui, o mordomo dá esmolas aos mais pobres, distribuí pão, carne e vinho por centenas de famílias da freguesia, no total de mais de mil pessoas.
Só o ano passado foram distribuídas perto de dez toneladas (dez mil quilos) de carne.
Nestes valores, além das esmolas feitas, juntam-se pensões de irmão e criadores a seco, de pessoas que se associam a estas festividades como irmãos.
Com mais de 100 anos de existência, desta vez o mordomo é um jovem com 26 anos, Rúben Pacheco Correia, pelos registos um dos mais jovens mordomos de sempre, a fazer uma caminhada pela diáspora.
A Bandeira da Caridade, como é conhecida nos Açores, quebra barreiras sociais e une todos num só objetivo de solidariedade e caridade.
Exclusivo Portuguese Times/
Diário dos Açores