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A drª Roberta Fragae as cábulas…

Faleceu há poucos dias, aos 97 anos de idade recentemente completados, a drª Roberta Fraga, que foi uma competentíssima professora, nomeadamente, de Geografia no velho Liceu Nacional de Antero de Quental, hoje Escola Secundária, na cidade de Ponta Delgada, nesta ilha açoriana de São Miguel.
Era muito educada, mas não dava muita confiança, digamos assim. Fui um dos seus muitos alunos, numa matéria em que – confesso – nunca brilhei muito. No entanto, nunca “chumbei” com ela, quer em testes, quer em exames.
A drª Roberta Fraga fez parte de uma “geração de ouro” de professores do velho Liceu Nacional de Antero de Quental, que levavam a docência muito a sério, com grande rigor, muita competência e muita entrega. Não desvalorizo os professores de hoje, mas realço e recordo com toda a justiça e muita saudade o dr. Ruy Galvão de Carvalho, a drª Antonieta Pimentel, o dr. Fernando Aires, a drª Natália Almeida, a drª Idalina Ruivo, o dr. João Gil, o dr. José de Almeida Pavão, a drª Otília Moura, a drª Rute Sampaio da Nóvoa, a drª Conceição Garcia, a drª Lúcia Costa Melo, a drª Teresa Fraga, o dr. Eduardo de Andrade Pacheco e o escultor Álvaro Raposo de França, entre outros, a par da drª Roberta Fraga, que deixa um rasto de saudade e de admiração pelo seu invejável percurso de vida, em que muito contribuiu para o progresso social através do Ensino Secundário.
Aproveito esta oportunidade para contar uma pequena “história” relacionada com a drª Roberta Fraga, que em nada ofende a sua ilustre memória, antes revela e comprova a professora competente e exigente que sempre foi.
Há muitos anos, o Liceu Nacional de Antero de Quental promoveu uma exposição de presépios concebidos pelos alunos. Foram utilizados materiais diversos na feitura desses vários presépios. Aconteceu que um desses presépios foi feito todo ele com cábulas. Quando a drª Roberta Fraga foi ver a exposição verificou que algumas cábulas eram respeitantes a Geografia, precisamente uma matéria que ela lecionava com tanto denodo e tanta competência. E não gostou. Ficou mesmo aborrecida. Tiveram que lhe dizer que as cábulas em questão nunca foram utilizadas pelos alunos e que tinham sido feitas apenas para a construção do presépio em causa. Constou que ela não ficou totalmente convencida…
A drª Roberta Fraga lecionou também outras matérias para além de Geografia, como Biologia e Ciências Naturais, se não estou em erro, o que denota bem a sua vasta e profunda formação profissional e cultural.
Estou certo de que a drª Roberta Fraga deixa uma grata recordação em todos os seus muitos alunos, que reconhecem nela um exemplo de professora muito dedicada à nobre missão de ensinar. Ela foi e continuará a ser uma destacada referência de credibilidade intelectual. Jamais será esquecida. Presto-lhe aqui, modestamente, esta pequena homenagem, muito sentida e muito justa.

Tomás Quental Mota Vieira

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