O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio e Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/Açores) alertou ontem para a “preocupante” situação da generalidade da população, alegando que os trabalhadores e reformados “não conseguem pagar despesas básicas”.
“É preocupante e difícil a situação da generalidade da população açoriana, nomeadamente dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas e dos jovens”, refere o SITACEHT/Açores, num comunicado enviado à comunicação social.
O Sindicato refere que o ano começou com novos aumentos de preços de bens e serviços essenciais, e os salários e pensões “não chegam para pagar as despesas básicas”, como a renda da casa, a prestação ao banco, comida, medicação, as facturas da energia, das telecomunicações ou do gás.
“Os baixos salários e pensões que já não chegavam até ao final do mês, ficam, aos dias de hoje, ainda mais curtos. Os números evidenciam as dificuldades, 26,1% dos açorianos em risco de pobreza ou situação de exclusão social”, aponta o Sindicato.
Para o SITACEHT/AÇORES, “é evidente a perda do poder de compra, o agravamento das desigualdades” no arquipélago, onde “aumenta cada vez mais a injustiça na distribuição da riqueza”.
“Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres estão cada vez mais pobres”, afirma o Sindicato.
O Sindicato critica ainda o patronato, porque “boicota a contratação colectiva, ataca direitos e aumenta a exploração, procurando levar mais longe o objectivo de perpetuar os baixos salários, esconder os níveis de acumulação de lucros em muitos sectores de atividade nos Açores e desviar a atenção da necessidade e possibilidade do aumento significativo dos salários”.
No entender do SITACEHT, é possível “um outro rumo” para os trabalhadores e para os Açores.
“É possível o aumento geral e significativo dos salários e pensões, controlo e redução dos preços dos bens e serviços essenciais, limitação da atualização das rendas e responsabilização da banca pelo aumento das taxas de juro, taxação dos lucros das grandes empresas, entre outras. Quem trabalha e trabalhou não estaria agora confrontado com a difícil situação em que se encontra”, defende.