Quantas vezes atacamos o frigorífico ou o armário numa busca incessante de comer algo que sacie e acalme as nossas emoções. Quantas vezes o nosso dia não correu bem e parece que aquele chocolate ou aquelas batatas fritas aliviam a alma e nos dão colo.
Pois é, muitas vezes certos alimentos são utilizados como um alívio instantâneo, como um penso rápido, numa busca de apaziguar e reprimir os sentimentos negativos ou numa procura de conforto, prazer ou recompensa. Enquanto que a fome fisiológica atende às necessidades energéticas e nutricionais do nosso corpo, a fome emocional é motivada pelas nossas emoções e sentimentos, tais como a tristeza, a alegria, a angústia, a ansiedade, a raiva. Desta forma, se comer é a nossa principal forma de gerir as nossas emoções, esta estratégia poderá trazer repercussões muito negativas à nossa saúde física e psicológica.
Então como lidar com a fome emocional?
É importante reconhecer a diferença entre fome fisiológica e fome emocional; perceber quais são os nossos gatilhos emocionais e o que desencadeia a fome emocional; reconhecer e expressar as nossas emoções; evitar dietas demasiado restritivas; ter um sono reparador; praticar exercício físico, relaxamento e meditação, entre outras estratégias de autocuidado que promovam a regulação emocional.
Se ainda assim, a fome emocional está a ter impacto negativo na sua vida, procure ajuda profissional de um psicólogo, ele poderá ajudá-lo a adotar estratégias mais adaptativas para gerir e não comer as suas emoções.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Carmen Infante*
*Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde