De visita a um edifício da EDA de armazenamento de baterias, na ilha de São Miguel, os candidatos socialistas quiseram pôr as energias renováveis na ordem do dia, sublinhando a relevância do tema não só para o ambiente como para o orçamento das famílias.
“Quando nós dedicamos a nossa campanha à questão dos rendimentos, aos problemas reais da vida das pessoas, a questão do preço da energia, da conta da luz, é muito importante para nós”, sublinha Francisco César, que vê na poupança energética um modo de ajudar as famílias a diminuir gastos e assim terem mais recursos para si.
É nesse sentido que o Partido Socialista inclui no seu programa medidas de combate à pobreza energética, entre elas a aplicação da taxa mínima de eletricidade de 4% aos primeiros 200 kWh de energia elétrica consumida em cada mês e de 300 kWh mensais, no caso das famílias numerosas, o que duplica os valores atuais e beneficia mais de 3 milhões de famílias, acrescentou.
Francisco César sublinha ainda outra vantagem da aposta estratégica em energias renováveis: “Para além da questão ambiental, que está em causa é termos recursos para alocarmos noutras áreas ou, pelo menos, garantir que em alturas de crise o preço da electricidade não suba tanto”, explica o candidato, dando como exemplo a recente crise inflacionista, cujo impacto no custo da energia foi menor na Madeira e os Açores do que em Portugal continental, dados os investimentos feitos em energias renováveis. Para os próximos anos, ambas as regiões autónomas terão à disposição um pacote de apoios na ordem dos 370 milhões de euros do PRR.
Estas medidas vêm juntar-se a outras que o PS prevê para ajudar as famílias a nível de rendimentos, como o aumento do salário mínimo para 1.050 euros até 2027 e do salário médio para, pelo menos, 1750 euros, a atualização dos escalões do abono de família ao nível da inflação, a devolução de parte do IVA dos consumos de bens essenciais às famílias que não pagam IRS, entre outras.