“A Polícia Judiciária (PJ) está desenvolver a operação “Mayday” no arquipélago dos Açores e em Portugal continental e que já resultou na detenção de seis homens e de três mulheres por fortes indícios da prática dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, fraude na obtenção de subsídio e branqueamento, através de um esquema que terá lesado o Estado português em vários milhões de euros”, é referido em comunicado enviado ontem às redações.
Segundo a PJ, “os factos remontam ao Verão de 2023, na Ilha Terceira, altura em que iniciaram actividade duas agências de viagens, criadas com o propósito de comercializar passagens aéreas para o continente e para a Região Autónoma da Madeira por valores muito abaixo do praticado pelas companhias aéreas. O objectivo passava por maximizar o número clientes, aos quais era emitida factura com o valor promocional que variava entre os 10 e os 50 euros”. “Em momento posterior era emitida uma outra factura sobre a mesma viagem, em nome de um colaborador, com o preço da tarifa inflaccionado ou com uma taxa de serviço elevada. Com esta documentação e cópia do cartão de cidadão do passageiro, era obtido o reembolso nas estações dos CTT do arquipélago dos Açores e do continente. Em média, o valor de cada pedido de reembolso foi de 3.300 euros, para um preço médio por bilhete pago à operadora aérea de cerca de 150 euros”, é explicado. A força policial refere que, “com este esquema, os detidos produziram um prejuízo de vários milhões de euros ao Estado, subvertendo os princípios tutelados pela atribuição do subsídio social de mobilidade aos passageiros residentes na Região Autónoma dos Açores”.