O Núcleo Empresarial da Ilha de S. Jorge afirmou ontem que “é com extrema apreensão” que acompanha os impactos da greve actual dos trabalhadores da Atlanticoline.
O Núcleo representativo dos empresários de São Jorge considera ser “imprescindível alertar para a necessidade de se chegar a um célere entendimento, pois a situação está a causar impactos graves junto do tecido empresarial local, que foram agravados, sobretudo, após tomar conhecimento das declarações do representante do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP), com a afirmação que “a greve vai demorar cinco meses, seis meses, vai demorar o tempo que tiver de durar. Sendo certo, porém, que nós não vamos abdicar, nem vamos levantar greve nenhuma”.
Segundo os empresários, “entendendo e respeitando o direito à greve e reivindicação de melhores condições de qualquer trabalhador, apelamos a que se também considerem as consequências que já se fazem sentir no tecido empresarial jorgense”.
As empresas turísticas da ilha de São Jorge “vivem, há vários anos, num estado de sobrevivência. Ora pela pandemia, ora pela crise sismo vulcânica, afectadas fortemente pela sazonalidade, estas empresas necessitam que todas as acessibilidades sejam previsíveis e constantes nos poucos meses em que podem garantir receitas para a sua sobrevivência”.
São Jorge, a única ilha do Triângulo sem gateway, depende das ligações marítimas para ser efetivamente parte da dinâmica deste Triângulo, sublinham os empresários.
“Neste momento já existem empresas com milhares de euros perdidos devido a cancelamentos de grupos. Os operadores turísticos ponderam retirar dos seus empresários a ponderar encerrar as suas empresas caso a situação se prolongue. Não é só ao nível da animação turística que se sente o impacto. A restauração, táxis, aluguer de veículos e unidades de alojamento também sentem os efeitos negativos da greve da Atlanticoline e receiam não ser capazes de assegurar postos de trabalho e o investimento que já fizeram na preparação para a época alta”, acrescentam.
“Note-se que, a longo prazo, a imagem da Região também fica marcada pela negativa, tendo de ser contabilizadas as consequências que daí advirão. É com base no testemunho de vários empresários que o Núcleo Empresarial da Ilha de São Jorge apela à rápida resolução desta situação e a que sejam feitos todos os esforços para que as ligações marítimas a São Jorge sejam previsíveis e fiáveis”, concluem os empresários em nota enviada ao nosso jornal.