O Instituto Cultural Pe. João José Tavares irá inaugurar uma exposição intitulada “Gente da Nossa Gente: João Octávio de Lima – Um homem dos sete instrumentos”, no dia 10 de Maio, a partir das 18h30, na Casa da Cultura Carlos César, na freguesia de Santa Cruz.
Esta iniciativa, uma homenagem ao músico lagoense, João Octávio de Lima, conta com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa e ficará patente até ao dia 24 de Junho, sendo que a mesma é de entrada gratuita.
A exposição, composta por 12 painéis e peças, pretende divulgar o músico lagoense, que era também, criador de instrumentos musicais.
Segundo Palmira Bettencourt, Presidente do Instituto Cultural Pe. João José Tavares, “esta instituição tem como principal objectivo, manter e divulgar o património cultural do concelho. Nesse âmbito, consideramos importante dar a conhecer este ilustre lagoense, que muitas pessoas podem desconhecer, mas igualmente, os seus instrumentos, sendo agora recordado como o homem dos sete instrumentos”.
Efectivamente, nesta exposição, todos os interessados poderão ver fotografias do homenageado e da sua família, mas também alguns dos instrumentos concebidos por João Octávio de Lima, como um violino, um violoncelo, um cavaquinho, um bandolim, uma viola da terra, uma flauta transversal e um harmónio. De salientar que, estará igualmente à disposição um ecrã com parte de um concerto que decorreu em 2009, em que actuaram Horácio Pereira Lima, no violino, e a sua irmã Natália de Lima Ferreira, no piano. Participarão nesta inauguração o neto, Octávio Lima, residente no continente português, e a neta Brígida Natália de Lima Ferreira, soprano e professora do Conservatório Regional de Ponta Delgada.
De referir que, Palmira Bettencourt confraternizou com o homenageado, tendo inclusive tocado juntamente com o artista lagoense na igreja de N. Sra. do Rosário, assim, recorda-o como sendo “um grande músico, de múltiplas facetas”.
João Octávio Lima nasceu em 1898, na freguesia de Santa Cruz. Faleceu com 90 anos, em 1988. Era um homem dos sete instrumentos. Tocava violino, flauta transversal, violão, piano, harmónio, órgão, contrabaixo de arco e violoncelo. A aquisição e desenvolvimento dos seus conhecimentos e competências musicais deveram-se aos apoios que colheu junto dos seus antepassados familiares e, sobretudo, ao seu autodidatismo militante. Durante as décadas de 1920 e 1930, formou e liderou o Sexteto Macedónico e mais tarde, em 1940-41, foi regente da Banda Estrela D’Alva, durante um período de grande crise naquela instituição.
No início dos anos 1980, e a convite do padre João Caetano Flores, colaborou na fundação de uma tuna na Ribeira Chã, tendo para tal construído de raiz vários bandolins, bandolas e guitarras. Pelo empenho e sucesso da iniciativa, mereceu, em Setembro de 1984, uma singela homenagem a que se associou Mota Amaral, na altura Presidente do Governo Regional dos Açores.