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Vasco Cordeiro anuncia apoio a Francisco César mas há vozes críticas

O Presidente do PS/Açores Vasco Cordeiro anunciou que apoia a candidatura de Francisco César à liderança do partido na Região, pela sua competência, capacidade política e de trabalho.
O dirigente socialista, que não se recandidata ao cargo, mantendo-se como deputado na Assembleia Legislativa Regional açoriana, escreveu na rede social Facebook que Francisco César anunciou recentemente a sua candidatura à presidência do partido na Região, “assumindo, desde já, um conjunto de prioridades e de linhas estratégicas de actuação que pretende levar à prática no partido e para os Açores”.
“Saúdo-o pela sua coragem, pela sua disponibilidade em servir e pelo seu empenho para com os Açores”, acrescentou.
E prosseguiu: “Pela sua coragem, porque avança com a sua candidatura sem aguardar por nada, nem por quem quer que seja. Avança, sem tacticismos nem agendas escondidas, porque tem um projeto para o PS e para os Açores e porque tem a vontade e a ambição imprescindíveis para o concretizar”.
“Pela sua disponibilidade em servir porque, desde logo, nestas andanças da política, são sempre mais os que cedem à tentação da crítica pela crítica, – ora porque o alvo é baixo, ora porque é alto, ora porque é gordo, ora porque é magro, ora porque tem o nome assim, ora porque tem o nome assado – do que os que se predispõem a sujeitar ao julgamento dos seus concidadãos pelas suas ideias e pelas suas propostas”, lê-se.
Vasco Cordeiro também saúda o actual deputado na Assembleia da República, “pelo seu empenho para com os Açores, porque ao longo do seu percurso político, quer no plano regional, quer no plano nacional, há uma constante e há uma certeza: os Açores”.
“Por tudo isto, pela sua competência, pela sua capacidade política e de trabalho, e por muito mais que esta saudável disputa eleitoral partidária tem condições para evidenciar, o Dr. Francisco César conta com o meu apoio de militante para ser o próximo Presidente do PS/Açores”, concluiu o actual líder socialista açoriano.
Na Sexta-feira, Francisco César revelou à agência que vai candidatar-se à liderança do PS nos Açores para dar um “novo futuro” ao partido e colocar a Região a liderar nos indicadores sociais.
“Queremos um novo futuro para o PS. Um futuro que se enriquece com o seu passado, que na prática é a sua identidade, mas que constrói um novo futuro para a Região Autónoma dos Açores”, afirmou.
Os socialistas açorianos vão eleger um novo líder a 29 de Junho, depois de Vasco Cordeiro, Presidente do PS/Açores desde 2013, ter anunciado que não se vai recandidatar.
Na mensagem de apresentação da candidatura, Francisco César defende que a Região precisa de um “novo modelo económico” e de criar um “quarto pilar económico” (além da agricultura, pescas e turismo), assente nas “novas economias do mar, do digital e da descarbonização e transição energética”.
Francisco César, 45 anos, formado em Economia, é deputado e Vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República, sendo ainda membro dos secretariados nacional e regional do partido.

Vozes críticas contra César

Apesar dos apoios a Francisco César, sobretudo vindos de pessoas do aparelho do partido, há vozes crítica contra a sua candidatura.
A mais forte veio do antigo líder e fundador do PS-Açores, Martins Goulart, que escreveu o seguinte na sua página das redes sociais: “Os militantes do PS irão permitir que a falta de ética republicana continue a prevalecer sob o manto dos vícios do “cesarismo”, onde avulta uma vergonhosa sanha nepotista e uma ambição desmedida de poder descaradamente exibida por quem acumula o cargo de Presidente do PS, Presidente Honorário do PS/Açores e vem promovendo o filho, de degrau em degrau, tanto na estrutura partidária como no plano da representação institucional, empurrando-o – sucessivamente e sem mérito do próprio -, a subir a escada do poder até chegar à Assembleia da República e, agora, com o fito de alcançar a Presidência do PS/Açores?
O défice democrático interno do PS/Açores terá chegado ao ponto de se achar normal concentrar o poder decisório no núcleo restrito de uma só família, em que um auto-iluminado líder manda em todos, que põe e dispõe a seu bel-prazer e quem dele discorda é sumariamente descartado?
Será, porventura, por esta via que se iniciará o esperado ciclo de renovação partidária repetidamente anunciado?
Ou estaremos, apenas, perante mais uma prova de força de quem persegue o principal objectivo de continuar a revigorar o seu poder pessoal?
Espero que a maioria dos militantes do PS/Açores não se deixem humilhar e digam “basta!”
E que interpretem esta mais recente afronta aos valores identitários do Partido Socialista como sendo a “gota de água” que faça emergir uma onda de protesto e de mobilização que, finalmente, ponha termo ao absolutismo reinante e abra portas a um inadiável e imperioso processo de renovação partidária.
Porque se tal não acontecer – e, neste momento decisivo da nossa História, preferirem manter-se “abrigados” debaixo do teto do conformismo servil -, não é difícil adivinhar o que virá a seguir”.

“César representa o passado
e não o futuro”

Outra voz crítica é a da antiga deputada do PS, Sónia Nicolau, que também tornou pública a sua posição: “Na qualidade de comentadora no programa Duas Margens da TSF-Açores, noticiário às 18h, manifestei a minha opinião sobre a candidatura de Francisco César:
Vejo com enorme preocupação a eventualidade de uma só candidatura à liderança do PS/Açores. No caso em análise, a candidatura de Francisco César, representa passado e não futuro.
O momento político em que o PS/Açores se encontra necessita de uma real mudança de ciclo. Não acontecendo há duas leituras: a primeira, é que nos últimos anos não foi possível criar quadros no PS/A fora do ciclo fechado das lideranças ; e a segunda leitura, é de que o protagonista desta candidatura e a sua ligação ao passado do PS/A, foram rejeitados pelos eleitores, não demonstrando confiança , nem a garantia, da melhor solução para o futuro dos Açores.
Em 2024 o PS/A necessitaria de outras repostas, para demonstrar um partido com uma vida interna viva e saudável e com quadros políticos. Tenho esperança que teremos outras candidaturas.
Porém, não é de minimizar que a candidatura de Francisco César para já tem o mérito que outros parecem não conseguir, ou seja, os meios para se candidatar, desde logo, por via da sua ocupação política sempre acomodada no partido, desde 2008.
O PS/Açores merece candidaturas plurais para um desafio que está muito para além do espaço PS/Açores, trata-se do futuro dos Açores”.

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