Em 2022, ocorreram em Portugal 7.797 mortes causadas pela doença covid-19, representando 6,2% do total dos óbitos ocorridos no país (menos 5.189 óbitos e menos 4,2 p.p. do que em 2021).
Destes, 7 769 foram de residentes em Portugal e 28 de residentes no estrangeiro.
Segundo revelou o INE no seu último relatório sobre as Causas de Morte em 2022, agora divulgado, os Açores registaram 156 mortes por covid-19, 76 homens e 80 mulheres.
Trata-se de uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes de 65,2%, uma das mais baixas das regiões do país (ver quadro).
Os resultados têm em conta as mortes em que a doença covid-19 foi a causa básica de morte, ou seja, a doença que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram à morte.
A diminuição do número de óbitos relativamente ao ano anterior refletiu-se numa redução substancial da taxa de mortalidade, de 124,5 óbitos por cada 100 mil residentes em Portugal em 2021 para 74,4 em 2022, mantendo-se mais elevada no caso dos homens (81,6) do que das mulheres (67,8).
Por região, as taxas de mortalidade por covid-19 foram mais elevadas na Região Autónoma da Madeira (100,8 por 100 mil habitantes) e nas regiões Oeste e Vale do Tejo (96,9 por 100 mil habitantes) e Centro (96,6).
A taxa de mortalidade mais baixa foi registada na região Norte (60,3 por 100 mil habitantes).
Segundo ainda o INE, m 2022, morreram no país 124 942 pessoas, menos 0,2% do que em 2021 (125 233).
Do total de mortes no país, 124 361 foram de residentes (99,5% do total).
As mortes por doenças do aparelho circulatório e por tumores malignos representaram 48,9% (mais 0,9 p.p. do que em 2021), continuando a não atingir metade das mortes ocorridas no país, em resultado do impacto da doença covid-19, tal como em 2021.
As doenças cerebrovasculares (AVC) estiveram na origem do maior número de mortes em 2022, com 9 616 óbitos de residentes por AVC, que representaram 7,7% do total de óbitos de residentes.
A taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares foi de 92,1 mortes de residentes por 100 mil habitantes, mais baixa do que em 2021 (92,2).
As mulheres continuaram a ser as que, de forma fatal, foram mais atingidas pelos AVC, com uma relação de 75,8 óbitos de homens por cada 100 óbitos de mulheres que, tendo diminuído em relação ao ano anterior (77,8), reflete o agravamento relativo da condição feminina.
No conjunto das mortes por tumores malignos, destacaram-se 4 410 mortes de residentes causadas por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão, que representaram 3,5% do total de mortes de residentes e aumentaram 0,5% em relação ao ano anterior. Estes tumores continuaram a atingir homens e mulheres de forma muito diferente, com taxas brutas de mortalidade de 64,5 mortes por 100 mil homens e de 21,9 óbitos por 100 mil mulheres, que resultam numa relação de 268,7 óbitos de homens por 100 de mulheres.
Em 2022, as doenças do aparelho respiratório que, de acordo com as normas da OMS não abrangem a doença covid-19, causaram 12 114 óbitos de residentes, mais 18,1% do que no ano anterior, com impacto substancial no total de óbitos de residentes (mais 1,5 p.p., de 8,2% em 2021 para 9,7% em 2022) e, em simultâneo, um aumento da taxa de mortalidade de 98,6 por 100 mil habitantes em 2021 para 116,0 por 100 mil habitantes em 2022.
Quase 40% do aumento das mortes causadas por doenças do aparelho respiratório ficou associado ao aumento das mortes por pneumonia, com 4 488 óbitos em 2022, que representaram 3,6% da mortalidade ocorrida em 2022 (3,0% em 2021), e um aumento de 19,5% óbitos em relação ao ano anterior.
Individualmente, a doença covid-19 causou o segundo maior número de mortes (7 769 óbitos), tendo representado 6,2% da mortalidade em 2022, apesar do decréscimo de quase 40% no total de óbitos causados por esta doença.
A diminuição do número de óbitos relativamente ao ano anterior refletiu-se numa redução substancial da taxa de mortalidade, de 124,5 óbitos por cada 100 mil residentes em Portugal em 2021 para 74,4 em 2022, mantendo-se mais elevada no caso dos homens (81,6) do que das mulheres (67,8).