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Europa vezes dois

A Europa vive hoje um momento decisivo desde há décadas. Cada um de nós tem a sua responsabilidade acrescida, como eleitor e como cidadão, de fazer parte da escolha dos representantes locais ao Parlamento Europeu.
Todavia, ainda que as mais recentes eleições denunciem uma tendência para a baixa da abstenção em urna, não deixa de ser trivial apelar ao voto de modo a assegurar a continuidade da lógica e dos valores da democracia, da sociedade baseada no direito e na liberdade de expressão. É um lugar-comum. Repeti-lo torna-se monótono e aborrecido. Usufruindo de direitos de toda a consorte, todo o cidadão deveria ser obrigado a votar. Em branco, se quisesse, mas votava.
Deveríamos – candidatos, instituições, media –, antes, ter falado sobre as instituições europeias em abstrato e o seu papel nas nossas vidas em concreto. É que parte do atual conforto que se goza em Portugal vem de Bruxelas – a outra parte virá de dívida bancária e da produção. Mas não é menos verdade que um inquérito de rua denunciaria a ignorância e a iliteracia que temos relativamente à Europa. E ela anda por cá há quarenta anos.
Hoje, o que é contraditório com o projeto de uma União Europeia promissora e pujante, é que há cada vez mais jovens desconfiados das políticas de Bruxelas e do impacto que aquelas podem têm no desenvolvimento nacional de cada um dos seus estados membros.
É por isso que não faltam motivos para votar!

Luís Soares Almeida*

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