Edit Template

Vão chatear o Camões

Esquecido e humilhado pelos vindouros. Alvo das mais pérfidas piadas, fosse por ser zarolho, por ter escrito uma epopeia em verso difícil de entender, fosse também pela sua personalidade instável. De repente, a propósito dos quinhentos anos do seu nascimento, Luís Vaz passa a notícia nacional. Nos últimos dias não faltaram destaques nos media, sobretudo na imprensa escrita, que tentam redescobrir ou buscar algo mais sobre a sua vida e obra.
Independentemente da energia que dediquemos a compreender melhor a sua escrita, verdade é que Camões é uma individualidade ímpar da nossa cultura.
Por norma, como povo, somos avessos às artes e às literaturas, seja por não termos as ferramentas intelectuais – a Escola -, seja por mera atitude sobranceira, típica do status futebolístico: tremoço e cerveja em primeiro lugar, só depois as artes.
Lembramo-nos e citamos Luís Vaz se algum membro da elite da capital se lembra de obsequiar o público com a descoberta de um facto insólito e provavelmente escandaloso da sua vida, achando engraçada qualquer circunstância belicosa e altissonante.
Luís Vaz de Camões anda novamente nas bocas do mundo. E isso é bom! Num país onde há estudantes do ensino superior que não sabem identificar três cidades portuguesas, que falem ao menos dele entre tremoços, imperiais e a final do campeonato europeu de futebol. Com Sagres. Com Super Bock. E com Heineken. Para quem não saiba, são marcas de cerveja mais conhecidas que as cidades portuguesas.

Luís Soares Almeida*

Edit Template
Notícias Recentes
Gastamos mais nos transportes e menos em restaurantes e alojamento - Famílias açorianas têm despesa média anual de 19.400 Euros
Navio ‘Laura’ vai trazer 300 viaturas de Lisboa
PJ faz buscas na escola Antero de Quental
Região conta com mais 94 licenciados em enfermagem a partir de hoje
Novo concurso para reabilitar ruas nas Capelas
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores