Edit Template

Mara Franco, jurista: “Subsídio de mobilidade é obsoleto e devia-se optar por modelo da Espanha”

A inspiração naquele que é o subsídio de mobilidade de Espanha pode ser uma solução para atenuar eventuais fraudes no subsídio que é atribuído, aos residentes das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, nas deslocações aéreas entre o território continental e as ilhas
Em Espanha, os residentes das comunidades autónomas insulares e cidades autónomas são “comparticipados em 75% sobre o valor das tarifas dos serviços regulares de transporte aéreo” concedidos pelo Estado espanhol.
A sugestão é da advogada Mara Franco, sócia do escritório de advogacia Cerejeira Namora Marinho Falcão, e surge depois das buscas relacionadas com uma alegada burla envolvendo o subsídio de mobilidade, citada pelo Jornal Económico da Madeira.
“Este procedimento é claramente obsoleto e tornou-se, obviamente, um terreno fértil para os burlões que, munidos de documentos falsificados, têm regularmente desviado verbas significativas do Estado”, considera Mara Franco.
A sócia da Cerejeira Namora Marinho Falcão explica que, em Espanha, este subsídios são aplicados aos residentes da Comunidades Autónomas de Canárias e das Baleares e aos residentes da Cidades Autónomas de Ceuta e Melila, “directamente no ponto de venda – i.e. quando se reservam bilhetes de avião junto das companhias aéreas – utilizando o número fiscal do contribuinte”, explica ao Jornal Económico.
Para Mara Franco, esta estratégia “não só simplifica” o procedimento, “reduzindo” as despesas administrativas, como também “reduz consideravelmente” o risco de fraude, “ligando directamente o subsídio à identificação verificada do contribuinte, eliminando a fase de reembolso e o facto de o contribuinte ter que adiantar dinheiro à companhia aérea do seu próprio bolso”.
Para Mara Franco, a “incapacidade” do sistema actual [português] de implementar tecnologias modernas e preventivas, no sentido de combater a fraude, é um “erro claro” de governação, que “não só encoraja a actividade criminosa, mas também sobrecarrega as pessoas honestas e mina a confiança nos processos públicos”.

Ministério vai apertar
fiscalização

A sócia da Cerejeira Namora Marinho Falcão diz que a aplicação do modelo espanhol “minimizaria significativamente” a carga administrativa e as despesas associadas ao processamento dos pedidos, facilitando também a perseguição aos autores de fraudes após a ocorrência dos factos, e, “ao mesmo tempo, funcionaria como uma medida preventiva, incapacitando muitas tentativas de fraude na fonte, ao autenticar e aplicar directamente os subsídios, através de um sistema digital centralizado e seguro”.
Mara Franco reforça que o Governo da República “deve dar prioridade” à utilização da tecnologia na administração dos fundos públicos, inspirando-se no seu vizinho ibérico para “renovar um sistema defeituoso”.
A sócia da Cerejeira Namora Marinho Falcão salienta que a Região, ao seguir este modelo, “pode proteger as suas finanças e, mais significativamente, restaurar a integridade dos seus programas de subsídios”.
Entretanto, o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) vai apertar a fiscalização da atribuição do subsídio social de mobilidade (SSM), que se destina a apoiar os estudantes ou os residentes das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores nas deslocações entre o continente, Açores e Madeira,l revela o Jornal Económico da Madeira.
Fonte oficial do MIH revelou ao Económico Madeira que já está em curso o reforço do controlo pela Inspecção-Geral de Finanças (IGF) e pela Autoridade Nacional de Aviação Civil, entidades envolvidas na fiscalização deste subsídio e monitorização do custo elegível.

Madeira aceita tecto

“Está em curso a implementação de mecanismos de reforço de controlo e fiscalização da atribuição deste subsídio, por parte das entidades competentes na matéria (IGF e ANAC), com vista a evitar qualquer fraude futura ou a reportar, de modo célere, qualquer inconformidade”, revelou fonte oficial do MIH, após ter sido questionada quanto à necessidade de maior fiscalização do subsídio social de mobilidade, na sequência da operação desencadeada pela PJ.
O Económico Madeira procurou obter reação por parte da Secretaria do Turismo e Cultura, entidade do Executivo regional com o pelouro do subsídio de mobilidade, relativamente ao que poderia ser feito para aprimorar este sistema.
A Secretaria Regional remeteu para declarações do Presidente do Executivo madeirense.
O governante considerou importante existir um tecto em termos monetários como forma de desincentivar a fraude. Para Albuquerque, essa seria a melhor estratégia, ao contrário do que aconteceu nos Açores.
“A inexistência do tecto facilita esquemas de fraude”, disse o Presidente do Executivo madeirense.
Albuquerque confirmou que está a ser equacionada a revisão do subsídio de mobilidade, estando a ser visto com os Açores qual será a melhor solução para esse possível novo modelo [de subsídio de mobilidade].
O governante sublinhou que deveria existir um esquema, à semelhança do que se passa com o Estudante Insular, que permita aos residentes nas Regiões Autónomas pagar somente o valor da viagem.
O programa Estudante Insular permite que os estudantes, até aos 26 anos, paguem, por viagens entre a Madeira e o continente, 65 euros, e entre a Madeira e os Açores, 89 euros, desde que a compra seja efectuada nas agências de viagens aderentes a este programa.
O Estudante Insular foi um programa do Executivo madeirense, que surgiu para dar resposta à subida dos preços das viagens para os residentes da Madeira, em alturas nas quais existe uma grande procura, como por exemplo as férias da Páscoa e a altura do Natal e passagem de ano.

Edit Template
Notícias Recentes
Emigrante açoriano em risco de ser deportado nesta nova era Trump
Antigos Combatentes dos Açores já podem beneficiar de descontos nos medicamentos
Novobanco dos Açores com lucros de 10,9 milhões de euros em 2024
Bolieiro enaltece papel do Turismo Rural no crescimento do sector na Região
“First Date” de Luís Filipe Borges com sucesso internacional
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores