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Câmara do Comércio de Angra diz que novo Presidente da SATA causa “perplexidade e desilusão”

A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) afirmou ontem que “não pode deixar de se juntar ao sentimento de perplexidade e desilusão que invade todos os açorianos, depois de ter estado nos últimos meses à deriva”.
“Numa altura em que a nossa companhia aérea necessitava de uma liderança assertiva, determinada, robusta e tecnicamente credível, somos todos surpreendidos pelo contrário. Uma decisão política, tecnicamente desconhecedora e ferida de morte ao nível da sua credibilidade para o desempenho da função, considerando que o nomeado é funcionário do grupo VINCI, empresa que gere alguns dos aeroportos regionais e nacionais”, criticam os empresários terceirenses.
“Estamos perante uma pessoa que será indubitavelmente colocada perante a impossibilidade prática de cumprir o dever de lealdade entre dois patrões – Governo Regional e VINCI – com interesses empresariais existentes e completamente antagónicos. Desconfiamos que as escolhas que o novo CEO da SATA terá de fazer nos próximos meses serão certamente difíceis…”, acrescenta o organismo liderado por Marcos Couto.
E acrescenta: “Sendo funcionário do grupo VINCI, Rui Coutinho terá um imenso constrangimento em agradar a “Gregos e Troianos” e, por isso, não pode assegurar total isenção nas decisões que impliquem a melhor utilização da rede de aeroportos e destinos do Grupo SATA, pois podem ir contra o natural negócio e interesses da VINCI, que é o de maximizar a exploração dos aeroportos sob a sua alçada, com um claro prejuízo para a Ilha Terceira, o seu aeroporto e as ligações ao exterior. Facto que nos deixa uma enorme preocupação”.
“Estando a exercer funções num cargo em que está a prazo, é natural assumirmos que nada mais fará do que agradar ao seu verdadeiro e único patrão (VINCI), facto que já era visível no seu desempenho como diretor regional, de onde não se conhece uma única decisão que não tenha sido a de aprofundar as desigualdades entre ilhas dos Açores, nomeadamente ao nível dos transportes marítimos e aéreos” sublinha ainda.
Segundo a Câmara do Comércio, “preocupante é, também, a nomeação de um “conselho estratégico”, do qual se depreende que não foi ponderado na decisão da sua nomeação o facto de o novo CEO da SATA dever ter uma visão estratégica e empresarial para o grupo com vista à sua recuperação. Este “conselho estratégico” é antes um alijar de responsabilidades por parte da Tutela, pois nada acrescenta e só vem causar ruído, sendo apenas mais uma voz a pronunciar-se sobre assuntos que desconhece, em matérias que deveriam ser discutidas internamente pelos profissionais do sector, e quem sabe a intrometer-se na gestão da companhia através da emissão de pareceres ou recomendações, cujo “estatuto” os obriga a serem ouvidos pelo Conselho de Administração”.
E conclui: “Apesar das preocupações expressas, acreditamos firmemente na resiliência dos seus profissionais e consequentemente na capacidade de recuperação da nossa SATA. Com um processo de privatização conduzido de forma transparente e realista, esperamos que a SATA (S4) e os serviços de handling possam, em breve, transitar para as mãos dos privados, sob uma administração com cariz técnica e profissional”.

JPP diz que governo
quer “pilotar” a SATA

O JPP Açores disse ontem que “não tem dúvidas de que a indicação de Rui Coutinho para presidente do conselho de administração da Sata Holding SA, é a formalização de que o Governo Regional dos Açores quer indiscutivelmente “pilotar” a companhia aérea”.
Para o JPP Açores “ficou claro que as ingerências, feitas por debaixo da mesa, trouxeram péssimos resultados para a companhia, mas neste momento fica claro que o Governo Regional dos Açores, não poderá doravante se desresponsabilizar de todos os acontecimentos e procedimentos que a companhia levar a efeito, principalmente aqueles que não correrem bem”.
Segundo o JPP, “é estranho que o GRA tenha anunciado a criação de um Conselho Estratégico para dar mais robustez às futuras decisões da companhia, numa altura onde a “estratégia” já está definida e passa pela alienação do handling e pela privatização da maioria do capital da Azores Airlines, ou seja, o GRA dá assim nota de que na eventual privatização da Azores Airlines, existirá um “conselho estratégico” que condicionara as decisões do eventual comprador”.
“Assim, se no processo de privatização que agora se quer fecharos interessados foram poucos, é equacionável quantos irão surgir num futuro, que o GRA quer próximo, onde o potencial comprador não tem voz decisória”, acrescenta.
O Juntos Pelo Povo “aguarda ainda com expetativa que o GRA torne público quanto é que irá auferir mensalmente este novo conselho de administração, uma vez que o salário dos três administradores anteriores, somado, totalizava um valor mensal muito próximo dos 40 mil euros”.

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