A direção da APASA demonstrou ontem a sua enorme preocupação relativamente “ao caminho que se começa a vislumbrar na pesca do atum na região. Infelizmente todos os apelos e alertas que fomos dando ao Governo dos Açores, são confirmados sem qualquer regozijo por parte desta Organização de Produtores”.
Neste momento encontram-se à venda 6 atuneiros, “prevendo-se que este número venha a aumentar e que é resultado da falência das empresas armadoras, da falência de um plano de pesca que não existiu nos últimos anos e falência de todo um setor que parece navegar sem qualquer rumo”.
Segundo a APASA, “assistimos, e bem, a apoios financeiros a vários setores económicos da região, apoiados das mais diversas formas quando atravessam dificuldades, no entanto, quando um setor como o das pescas e neste caso concreto do atum, vem sofrendo reveses e limitações não é tão pouco apoiado, o resultado só pode ser um”.
“A constante redução da quota do Patudo, os constrangimentos económicos tais como o aumento de impostos, aumento inflação, aumento dos combustíveis e das matérias-primas, a carência de uma estratégia para esta pescaria, a falta de apoio a estas empresas que se dedicam exclusivamente a esta pescaria, acaba de colocar a pesca do atum à beira do colapso”, alerta a APASA.
“A preocupação com as consequências do enervamento de uma pescaria, especialmente aquelas reconhecidas pela sua seletividade, sustentabilidade e respeito pelo ambiente, é bastante pertinente, não esquecendo a errada implementação de novas Áreas Marinhas Protegidas, que levarão a diminuição ou cessação das atividades pesqueiras, à perda de empregos diretos na pesca e empregos indiretos nos setores relacionados, como a indústria e o comércio”, prossegue.
“Impõe-se algumas questões, tais como: Que futuro se pretende para esta pescaria? Como pretendemos atrair novos investidores? De que vale valorizar uma pescaria se a estamos a matar? A APASA lamenta que estejamos no princípio do fim, de uma pescaria com história e de grande reconhecimento internacional, e que deveria ser um orgulho para Região Autónoma dos Açores”, conclui.