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Professor José Enes – centenário do seu nascimento celebrado no Pico

O centenário do nascimento do Professor José Enes foi devidamente assinalado na sua ilha natal, o Pico. No domingo, 18 de agosto, ocorreu a primeira parte da homenagem na sua freguesia de berço, a Silveira, integrada nas festividades anuais da freguesia em torno do seu orago, S. Bartolomeu.
Presente toda a família Enes – a Professora Fernanda Enes aos filhos, genro, nora e netos – mas também antigos alunos, amigos e muitos admiradores vindos de outras ilhas.
Depois da celebração, no adro da igreja, o Grupo Coral das Lajes do Pico interpretou o poema “Montanha do meu destino”, de José Enes, musica do pelo falecido músico Emílio Porto, antigo aluno de José Enes. O vocalista foi Manuel Costa, diretor do Museu dos Baleeiros, das Lajes.
José Gabriel Ávila, antigo aluno, leu uma evocação da memória de José Enes escrita por Manuel Goulart Serpa, também antigo aluno, porque infelizmente o autor do texto não pôde estar presente devido ao falecimento da sua mulher, cujo funeral teve lugar na manhã desse mesmo dia.
No dia 20, no Auditório Municipal das Lajes do Pico, teve lugar uma sessão de homenagem a José Enes, integrada na Semana dos Baleeiros, presidida por Ana Brum, Presidente da Câmara. Falaram a Professora Fernanda Enes (sobre ligações de José Enes ao Pico), o Professor Artur Teodoro de Matos (sobre José Enes e a Universidade dos Açores) e o Professor Onésimo Almeida (sobre o livro Açores no Coração. Textos de Crítica Literária e Cultural, um volume de mais de 400 páginas com escritos de José Enes sobre livros e autores açorianos, tem um prefácio de Onésimo Almeida e Leonor Simas-Almeida). Seguiu-se uma leitura de poemas de José Enes por Sidónio Bettencourt e Manuel Costa a interpretar em solo a canção “Montanha do meu destino”, letra de José Enes e música de Emílio Porto. A encerrar, a Presidente da Câmara anunciou que propôs que fosse dado o nome de José Enes à Escola Secundária das Lajes do Pico.
O Professor José Enes (1924-2013) fez a sua formação académica no Seminário Episcopal de Angra e na Universidade Gregoriana em Roma – licenciatura e doutoramento.
Dedicou a sua vida ao saber filosófico e ao ensino tendo em mente o conhecimento que desse bases ao progresso social. Exerceu a atividade docente no Seminário de Angra e na Academia: Univ. Católica Portuguesa, Univ. de Luanda, IPC, agora UBI; Univ. dos Açores; Univ. Aberta. Exerceu, ainda, a presidência das duas primeiras Comissões de Avaliação dos Cursos de Filosofia das Universidades portuguesas.
Da sua extensa atividade no espaço açoriano, em ordem ao desenvolvimento humanista, cultural e económico dos Açores, destaca-se: a fundação da página cultural «O Pensamento» do diário A União; a criação do Instituto Açoriano de Cultura e da sua revista Atlântida; a organização do movimento regional das «Semanas de Estudo dos Açores», na sequência das quais foi designado, em 1964, presidente da 1ª Comissão Promotora do Desenvolvimento Regional nos Açores. Após o 25 de Abril, conjuntura favorável para dar corpo a uma ideia de longa data (anos 50 e inícios de 60), amadurecida ao longo dos dez anos da sua vida académica, liderou o projeto de criação de uma universidade – a Universidade dos Açores – de que foi o seu primeiro Reitor.
Além de integrar todos os institutos culturais açorianos, foi membro-fundador da Sociedade Científica da UCP; membro do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira; Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos; membro honorário da Aula Castelao de Filosofia da Galiza.
A sua vida pública e obra escrita – balanceadas entre especulação e ação que constituem duas faces indissociáveis da sua identidade de filósofo – tiveram sempre por objeto descortinar (nas suas palavras) “a insubstituível pertinência de um discurso científico em ordem a se tornar possível a compreensão de um dado momento histórico e a propiciar o atinado acerto das decisões” visando o progresso sustentado dos Açores.

Onésimo Almeida

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