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Nada vai mal no reino da Dinamarca, afinal é no de Portugal

Um Estado que deixa fugir 5 presos duma prisão de alta segurança é inseguro, tal como a cadeia de Ponta Delgada há décadas em banho-maria à espera de nova construção, adiada para as calendas enquanto extraem bagacina de um morro para outro. Um Estado que deixa tribunais, conservatórias, e demais serviços públicos em Ponta Delgada (e em todas as ilhas) ao abandono, ao ponto de chover lá dentro, caírem tetos, estarem salas fechadas e os processos à espera de navegarem se chover muito, esse Estado não merece os impostos que arrecada.
Um Estado que durante anos, como dizia há dias o diretor deste jornal (Osvaldo Cabral), ensacava pacotes de açúcar e enchia latas de atum! e metia na função pública funcionários de empresas municipais falidas, sem falar nos milhões dilapidados na SATA, na Saúde, na Educação (com os piores resultados possíveis, cíclica falta de professores, não-integração de pessoal auxiliar em contratos temporários, ou em programas de emprego a prazo certo, ano após ano, será a nova forma de perpetuar a precariedade?) não pode ser levado a sério. As escolas, mesmo as mais novas, também parecem ser precárias, dada a falta de manutenção de quase todas, a deficiente construção, infiltrações, falhas estruturais e falta de verba para as manter a funcionar em condições mínimas. No ensino começa a faltar tudo, dantes faltavam sobretudo os bons resultados agora faltam professores, faltam assistentes operacionais, e até faltam (cada vez mais) alunos.
Tudo se faz, tudo acontece à revelia de qualquer punição, que ninguém é sancionado pela má gestão, pela incompetência (afinal são quase todos nomeados pelo seu fervor partidário e não qualidade de gestão) e sabem sempre que depois de um tacho, novo tacho virá, transitando de uma Secretaria para outra, de uma Direção Regional para outra, ou por vezes merecendo mesmo a promoção ao escalão superior, a primeira divisão, a primeira liga que se joga na Península Ibérica, fora da pequenez deste arquipélago.
Nas últimas décadas a situação económica do arquipélago, com culpados regionais e da República agravou-se, de tal forma, que evocamos logo o mito dos lémingues suicidas… se o setor público é um buraco do tamanho da fossa de Mindanau, o privado continua a seguir (na sua maioria) modelos oitocentistas de trabalho, remunerações miseráveis, precariedade, falta de incentivos e de carreiras do pessoal que explicam em grande parte a falta de oportunidades para os mais jovens, que votam com os pés quer rumo à diáspora quer rumo à Península ibérica; tornando as 9 ilhas num lar de velhos, de massa trabalhadora sem qualificações na maior parte dos casos, com poucas crianças e com mau aproveitamento escolar, incapaz de gerar proventos para as enormes despesas de manutenção, 3 polos universitários, 3 hospitais (deficientes), e depois uma distribuição de Secretarias e Direções Regionais pelos nove cantos para satisfazer a clientela.
Qualquer dia começo a dar razão ao político conservador que em tempos disse que ficava mais barato trasladar os habitantes do Corvo do que manter a ilha a funcionar… só que agora parece ser mais barato tirar daqui toda a gente das 9 ilhas e entregar isto aos estrangeiros para gerirem melhor do que os nativos, que é o que se pretende fazer com a TAP, SATA, etc…. Pode ser que esses estrangeiros aceitem a minha cidadania australiana e me deixem voltar a viver aqui…

Chrys Chrystello*

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