A ministra do Ambiente e Energia defendeu que o novo porto comercial das Flores, destruído após a passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, deve ser “mais resiliente” aos fenómenos naturais e apelou à rapidez na adjudicação da obra
“É evidente a necessidade de uma intervenção mais profunda. Uma intervenção que permita não apenas recuperar as condições que existiam antes dos desastres naturais, como para proporcionar à ilha um novo porto com maior capacidade e principalmente mais resiliente aos fenómenos resultantes das alterações climáticas e outros fenómenos naturais”, afirmou Maria da Graça Carvalho.
A ministra discursava após a apresentação do projeto de reconstrução do porto das Lajes das Flores, integrada na visita da governante à ilha açoriana.
Graça Carvalho destacou o “esforço significativo” do Governo dos Açores para “responder aos desafios” provocados pela precariedade daquela infraestrutura por onde é assegurado o abastecimento às Flores.
“Faço votos para que esta obra seja rapidamente adjudicada e se outra oportunidade não surgir mais cedo, espero regressar a esta ilha num futuro próximo para assistir à inauguração do novo porto das Lajes das Flores, mesmo que não esteja em funções”, reforçou.
O porto das Lajes das Flores foi destruído pela passagem do furacão Lorenzo em Outubro de 2019, tendo sido novamente afetado pela tempestade Efrain em Dezembro de 2022.
A ministra do Ambiente lembrou que o Governo da República alterou o limite máximo de apoio relativo aos prejuízos causados pelo furacão Lorenzo nos Açores, que passou a ser de cerca de 270 milhões de euros.
”No âmbito do Sustentável 2030 decidimos reforçar o valor que já se encontrava lançado para a construção deste porto. Aumentamos o valor na quota nacional sem que isso prejudique os outros projetos previstos para a região dos Açores”, recordou.
A ministra, que visitou o porto das Lajes, defendeu tratar-se de um “investimento significativo, mas absolutamente necessário” e disse ter uma “grande esperança” de que os florentinos poderão usufruir do novo porto “daqui a cinco anos”.
“A condução ultraperiférica das regiões autónomas, com todos os desafios adicionais que isso implica, exigem do governo de Portugal e da própria União Europeia uma diferenciação pela positiva”, assinalou.
E concluiu: “Como disse numa confidência à senhora secretária regional, este projeto tem tudo para correr bem porque é um projeto gerido por mulheres e, portanto, vamos cumprir como sempre cumprimos”, assinalou.
Da parte do Governo dos Açores, a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas afirmou que o executivo está a “conjugar todas as variáveis” para dar início à obra “em breve”.
“[O processo] está no bom caminho porque o projeto está praticamente concluído, estão a terminar a avaliação de impacto ambiental. Está já a concurso a questão da empreitada. Está nas mãos do júri a avaliação dos vários concorrentes”, detalhou.
Alertando que o “futuro é já amanhã”, Berta Cabral realçou que a reconstrução do porto das Lajes vai ser a “maior obra que já se fez nos Açores”.
“É um esforço enorme do ponto de vista da execução física e é um esforço enorme do ponto de vista da execução financeira. Estão mais de 50 milhões já investidos nas obras que foram feitas para garantir o abastecimento à população das Flores e temos o porto que irá para além dos 200 milhões”, salientou a governante açoriana.