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Câmara do Comércio de Angra defende privatização de toda a SATA, Atlanticoline, matadouros e Portos dos Açores

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), Marcos Couto, manifestou-se preocupado com a sustentabilidade financeira dos Açores e propôs um plano de privatização das empresas públicas regionais robusto
“Este contexto muitíssimo complexo e adverso impõe, por maioria de razão, um impulso reformista que passa, por exemplo, pela criação e execução de um robusto plano regional de privatizações, que inclua empresas do setor público empresarial, com a Azores Airlines à cabeça”, afirmou o presidente da associação empresarial, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Para além da companhia aérea Azores Airlines, do grupo SATA, que o Governo Regional dos Açores já prevê privatizar, o empresário considera que devem ser privatizadas as restantes empresas do grupo: a SATA Handling, responsável pelos serviços de apoio em terra, e a companhia SATA Air Açores, que assegura as ligações aéreas entre as ilhas do arquipélago.
Marcos Couto propôs ainda a privatização de empresas como a Atlânticoline, que assegura o transporte marítimo de passageiros, a Portos dos Açores, que gere os portos da região, e os matadouros regionais.
“Não cabe aos governos ter companhias aéreas, hotéis, termas, fábricas, não é esse o papel do Estado. O papel do Estado é muito mais vocacionado para a Educação e para a Saúde e essas são as áreas essenciais onde o Estado deve estar, em tudo o resto está a retirar espaço à iniciativa privada”, reforçou.
Segundo o presidente da associação empresarial das ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, as empresas públicas regionais nos Açores são usadas “como arma política de criação de emprego” e isso reflete-se nas contas da região.
“A SATA Air Açores tem seis aviões e 750 funcionários, ou seja, andamos numa média de cento e muitos funcionários por avião. A média de uma companhia aérea não ‘low cost’ por avião anda nos 40 e poucos funcionários, nas ‘low cost’ anda à volta dos 30 funcionários por avião”, apontou.
Na leitura de um comunicado, que será transformado numa carta enviada ao presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, o presidente da CCIAH disse que as maiores preocupações dos empresários prendem-se com a “sustentabilidade financeira da região” e defendeu que problema “só se resolve se houver um aumento da receita e uma redução significativa da despesa”.
“A difícil situação que a região enfrenta é bem patente nas dificuldades do Governo Regional em cumprir com os seus compromissos junto das empresas, instituições sociais e associações, o que exige uma mudança de paradigma, menos assistencialista e cada vez mais assente nas empresas e na criação de riqueza através destas”, salientou.
Na apresentação de contributos para alterar a situação socioeconómica dos Açores, Marcos Couto lembrou medidas anteriormente propostas pela associação empresarial, como a implementação de uma taxa de sustentabilidade turística, destinada a financiar, por exemplo, à “criação de uma rede regional de armazenamento de água”.
O responsável insistiu ainda na abertura de um diálogo regional sobre a utilização de organismos geneticamente modificados, “com vista a aumentar a produtividade agrícola e fortalecer a autossuficiência alimentar dos Açores”, e propôs alterações ao modelo de transporte marítimo de mercadorias.
O empresário defendeu também a descentralização de competências para as câmaras municipais, a criação de uma câmara alta no Parlamento açoriano e uma maior valorização do papel dos conselhos de ilha.
Além disso, considerou igualmente urgente uma reforma da administração pública regional, que assegure a redução do peso dos funcionários públicos e a modernização de serviços, com recurso à inteligência artificial. “A CCIAH tem estado na linha da frente na discussão dos problemas e na apresentação de soluções.
O tempo acaba sempre por nos dar razão”, sublinhou.

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