A despesa do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores ascendeu a cerca de 11 milhões de euros em 2022, dos quais cerca de 5,8 milhões de euros foram despendidos com a emergência médica na Região.
Esta é uma das conclusões do Relatório de Auditoria ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores – Serviço de Emergência Médica, que o Tribunal de Contas publicou ontem.
A auditoria não permitiu, no entanto, concluir pela conformidade dos montantes pagos pelo Serviço Regional às Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários pelo transporte terrestre de doentes urgentes e emergentes.
“O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores não tem instituídos mecanismos de acompanhamento e/ou controlo da execução física e financeira dos protocolos celebrados com as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários”, refere o relatório.
A auditoria concluiu ainda que, no período em análise, estavam contratualizadas 31 ambulâncias de socorro no período diurno e 21 ambulâncias de socorro no período noturno, dedicadas ao transporte urgente e emergente de doentes, distribuídas por todas as ilhas. E, por regra, não se verificam situações de inoperacionalidade das ambulâncias, porquanto as Associações de Bombeiros Voluntários dispõem de meios suficientes para procederem à sua substituição.
O Tribunal de Contas concluiu também que o tempo médio de resposta às situações de prioridade vermelha não cumpre os padrões (internacionais) e as metas (internas) e que o Serviço de Suporte Imediato de Vida atingiu uma taxa de inoperacionalidade de 9,27%, relacionada, sobretudo, com a falta de meios humanos, designadamente de enfermagem e, de forma residual, tripulantes de ambulância.
A auditoria alerta por isso para a necessidade de reforçar os meios disponíveis nos concelhos de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, e na ilha do Faial, a fim de assegurar o funcionamento do serviço em regime de permanência, 24 horas por dia. Entre as recomendações formuladas ao Serviço Regional de Proteção Civil, destaque para o desenvolvimento de mecanismos de acompanhamento e/ou controlo da execução física e financeira dos protocolos celebrados com as Associações de Bombeiros Voluntários e a implementação de mecanismos que assegurem a conformidade dos montantes pagos, em especial quanto ao número de quilómetros apresentados.