Os Açores vão estar representados no Pavilhão de Portugal da EXPO 25 Osaka, no Japão, segundo anunciou a organização portuguesa.
Mais de 160 países e de 28 milhões de visitantes são esperados nesta exposição mundial que vai decorrer em Osaka, no Japão, entre 13 de Abril a 13 de Outubro, sob o tema Desenhar as sociedades do futuro para as nossas vidas.
Dedicada à promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à estratégia japonesa Sociedade 5.0, a Expo 2025 Osaka vai acontecer na ilha Yumeshima, uma ilha artificial na baía de Osaka com mais de 155 hectares dividida em três distritos: Saving Lives, Empowering Lives e Connecting Lives.
A programação de Portugal representa setores tão diversos como a economia, a ciência, o ambiente ou a educação, as áreas cultural e artística com exposições, concertos e workshops ao longo dos 184 dias da Expo, em parceria com entidades tão diversas como a Fundação Oceano Azul, a Fundação Calouste Gulbenkian, Universidades e Câmaras Municipais.
Na área da economia, destacam-se as entidades que operam no âmbito da economia azul, como a Docapesca, a Tunipex, ou o Fórum Oceano, mas também para outros setores em que Portugal aposta como a cortiça (Corticeira Amorim e CorkRibas), a mobilidade (Abimota e Smartuga), a indústria aeroespacial (Agência Espacial Portuguesa) ou o setor têxtil (CENIT, ATP).
A ciência e o ensino superior terão igualmente uma presença expressiva através de entidades como o INOVAMAR, o INL (International Iberian Nanotechnology Laboratory) e a participação da Universidade Católica, Universidade de Coimbra, Universidade de Aveiro, Universidade Nova, INESC TEC, entre outras instituições da academia.
Diversas regiões e cidades estarão representadas com programação própria vale a riqueza da diversidade do país e os interesses estratégicos de cada região. Além das Câmaras Municipais de Lisboa, Porto, Óbidos, Aveiro, Coimbra, Osaka contará com as participações da região do Douro (através da CIM Douro), do Alentejo (CCDR) e das Regiões Autónomas da Madeira e Açores, entre outras.
Focando a sua participação no Oceano e na sua preservação, Portugal propôs à organização da Expo Osaka o aprofundamento do ODS 14 – Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos –, como objetivo principal, e do ODS 7 – Garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos –, como secundário, garantindo a sua articulação em temas relacionados com a economia azul.
Com jurisdição sobre 48 por cento das águas marinhas da União Europeia e uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo, com 1,7 milhões de km2, Portugal tem responsabilidades acrescidas nas questões ligadas à governação do oceano, incluindo a sua conservação, conhecimento, defesa e “exploração”.
Este percurso foi iniciado em 1998, com a realização, em Lisboa, da Expo’98, que lançou o tema dos oceanos na agenda política internacional, e consolidado em 2022, com a realização, na capital portuguesa, da segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Também foi relevante a contribuição dada pelo país para a inclusão, nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), do tema oceano.
Agora, na Expo 2025 Osaka, Portugal pretende afirmar a sua liderança na investigação científica e económica do oceano. Estabelecendo uma ligação direta entre história do país e a da ciência, do conhecimento, da arte e da cultura, a participação portuguesa pretende contribuir para um aprofundamento e consciência coletiva da importância de um oceano saudável. Além disso, pretende demonstrar que as parcerias estratégicas entre governos, instituições públicas, empresas e ONG (Organizações Não Governamentais) são fundamentais para fomentar a solidariedade global e promover o desenvolvimento de soluções que tenham um impacto positivo no futuro da humanidade.
Com esta participação, Portugal pretende ainda impulsionar o intercâmbio profissional e de know-how específico entre organizações nos clusters relacionados com a economia azul, valorizar a excelência da comunidade académica portuguesa e a relação desta com as empresas, apresentando projetos científicos de forma a promover a cooperação e o intercâmbio de conhecimento entre entidades nacionais e estrangeiras, promover a cultura portuguesa de forma a dinamizar o talento e o capital criativo português no mercado internacional e inspirar a vontade de visitar, descobrir e investir em Portugal.
Em Osaka, ao longo de seis meses, serão apresentados projetos de diversas áreas – ciência, inovação, economia, educação e cultura – que demonstram a aposta estratégica de Portugal nesta área. A representação de Portugal foi construída através de diversas colaborações entre ministérios, municípios, empresas e associações, garantindo representatividade geográfica e setorial, bem como de parcerias estratégicas de entidades como a Fundação Oceano Azul, Fundação Calouste Gulbenkian, Universidades de Aveiro, Católica e Nova.
As três últimas exposições mundiais em que Portugal marcou presença foram Saragoça em 2008, Xangai em 2010 e Dubai em 2021. Projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, o Pavilhão de Portugal convida os visitantes a mergulhar e a descobrir o oceano, seguindo os conceitos de sustentabilidade e economia circular, em conformidade com as melhores práticas técnicas e ambientais.