A vida presente, cheia de desafios e tribulações, pode parecer por vezes um caminho árduo e difícil. Contudo, quando compreendemos que ela nos conduz a uma grande meta que vale mesmo a pena, torna-se muito mais fácil vivê-la e aceitá-la como ela é e não como gostaríamos que fosse.
Esta meta é uma promessa que nos ultrapassa, uma realidade que dá sentido às nossas dores e alegrias porque dá sentido a toda a nossa vida. Para nós, cristãos, essa promessa feita por Jesus Cristo é a vida eterna em comunhão com Deus.
Pela fé, sabemos que temos um futuro certo. Não somos entregues ao vazio, nem ao desespero de uma existência sem sentido. A nossa vida, com todas as suas vicissitudes, é atravessada por uma esperança firme: a redenção operada por Cristo.
Ele é o caminho que nos conduz ao Pai, e é n’Ele que encontramos a garantia de que a morte não é o fim de tudo. Esta certeza é o que diferencia a esperança cristã de um mero desejo ou otimismo humano.
Somente quando o futuro é certo é que o presente pode ser transformado. Esta esperança projeta luz sobre cada instante da nossa vida. Mesmo nas situações mais sombrias, a fé no que há-de vir permite-nos caminhar com coragem e perseverança. Saber que somos chamados a algo maior modifica as nossas prioridades e a maneira como enfrentamos o quotidiano.
Quem vive com esta esperança vive de um modo diferente: possui uma vida nova, marcada pela paz, pela alegria e pela generosidade. Esta é a esperança que nos salva: não faz desaparecer as dificuldades do presente, mas ajuda-nos a olhar para elas com um sentido profundo e com a certeza de que elas não têm a última palavra na nossa vida.
Assim, vivemos como “peregrinos de esperança” (tema do Jubileu que estamos a viver) que caminham para a casa do Pai, sustentados pela certeza de que seremos plenamente realizados n’Ele.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria