A partir de amanhã, o Hospital de Ponta Delgada volta a prestar todos os cuidados de saúde, com a entrada em funcionamento do hospital modular, disse a secretária regional da Saúde dos Açores.
Segundo Mónica Seidi, o hospital modular construído na sequência do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) vai permitir, a partir de quarta-feira, que os cuidados de saúde sejam prestados dentro do perímetro daquela unidade de saúde.
“Temos aqui uma estrutura que, no futuro, garantirá, e a partir da próxima quarta-feira, que os cuidados de saúde sejam prestados dentro do perímetro do HDES, que o hospital saia da CUF Açores e que volte aqui ao perímetro do HDES, trazendo também as valências que ainda estão a funcionar no hospital CUF Açores”, afirmou hoje a governante no final de uma visita ao hospital modular com a presença do presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
No seu discurso, Mónica Seidi lembrou que, praticamente, ao fim de nove meses após a catástrofe que atingiu o HDES, existe “uma resposta instalada, já para dar continuidade aos cuidados de saúde que são prestados” à população.
“É uma estrutura ponderada, planeada, robusta e que, efetivamente, conseguirá fazer a diferença naquilo que é a prestação de cuidados de saúde”, afirmou.
Referiu que o hospital modular possui soluções inovadoras do ponto de vista tecnológico, que servirão os utentes e darão “uma motivação extra aos profissionais de saúde”.
“E isso é, efetivamente, uma preocupação do Governo Regional. De continuarmos a motivar, de continuarmos a conseguir captar profissionais de saúde para esta região e, se não acompanharmos a diferenciação tecnológica, o nosso trabalho será ainda mais difícil”.
Mónica Seidi garantiu que as soluções encontradas no mercado garantem “uma resposta diferenciadora”, mas, com a evolução e com o futuro, o objetivo é “transportar estas experiências e este ‘know-how’ para aquilo que será o novo HDES”.
A secretária regional da Saúde dos Açores também referiu que a estratégia delineada pelo Conselho de Administração do HDES, pela direção técnica, pela direção de enfermagem e com a Comissão de Catástrofe, foi “no sentido de devolver rapidamente a melhor resposta” em termos de cuidados de saúde na Região.
Destacou ainda a colaboração do Governo da República, que esteve ao lado do executivo regional de coligação desde “o primeiro momento”, com “uma colaboração que vai além do financiamento, mas também do ponto de vista técnico, com equipas de engenharia com, eventualmente, disponibilização de equipas médicas que poderão vir ajudar a recuperar as listas de espera cirúrgicas”.
Por sua vez, a ministra da Saúde, presente nesta visita, considerou que o hospital modular é “do mais moderno” que existe a nível europeu e mundial, e do mais sofisticado em Portugal.
“Quem conhece a área complexa da realidade hospitalar, e até da sua integração com os cuidados de proximidade em pleno século 21, sabe, e não pode deixar de assumir que aquilo que hoje aqui vimos (…) é, de facto, em termos tecnológicos, do mais diferenciado e sofisticado que nós temos em Portugal”, disse Ana Paula Martins.
Apontou que a tecnologia instalada no hospital modular “já é a tecnologia do futuro e vai integrar, de certeza absoluta, (…) aquilo que vai ser o projeto agora futuro, com programa funcional [do HDES], que estará em análise”. Recorde-se que já foram investidos mais de 30 milhões de euros no hospital modular.