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Aniversário do Jornal Diário dos Açores: Comunicação Social,Educação e Cultura

O Jornal Diário dos Açores, fundado em 1870, por M. A. Tavares, faz hoje anos, é o seu Aniversário, é o seu dia particularmente festivo. É Tempo de Celebrar e Felicitar. Felicitamos este Acontecimento nas pessoas do seu Diretor, Dr. Paulo Hugo Viveiros, que se entrega com Dedicação e Sentido promotor de Trabalho em ambiente afável e manifestamente produtivo, e o Diretor Executivo, Jornalista Osvaldo Cabral, com editoriais frontais e fundamentados, reveladores de grande experiência e mestria, de quem conhece muito bem o Jornalismo, – nas suas várias modalidades -, o meio político e social, no direito e no avesso. Tem uma escrita desassombrada, nos seus editorais e “Diário Inconveniente” que me faz lembrar outro eminente Jornalista, de Saudosa Memória, o Jornalista Jorge do Nascimento Cabral, de quem fui a tempo de ser Amigo, e, de algum modo, confidente, sobre a natureza humana e as dimensões últimas da vida, que guardo para mim. Neste dia de Aniversário presto a minha Homenagem ao Saudoso Autonomista, destemido, Jorge do Nascimento Cabral, que, juntos, íamos visitar uma outra Figura de Proa, o Jornalista e Comendador Manuel Ferreira. Também nesta Hora é de destacar a Figura do Senhor Américo Natalino de Viveiros que tem apurado o tatopolítico, manifesto sentido empreendedor e de grande Visão, designadamente como Empresário e nos seus editorais claros, incisivos e pedagógicos. Lidera um Grupo Empresarial de Jornalismo que consola porque põe a Autonomia em destaque, defende os Açores, – quando muitos a vendem com retóricas de Autonomia -, (que já não enganam ninguém). A Autonomia nunca deve ser uma noção política, vazia, para mascarar e enganar, pretensamente apropriável por quem se agarra aos cargos como se fosse profissão, mas uma Realidade, uma Vivência, um Meio – não instrumento -, para fazer com que com todos e cada Açoriano sejam/ mais e melhores e tenham mais em termos materiais e espirituais. Somos Povo, sim, o Povo Açoriano, nas suas Identidades e singularidades das existências e coexistências. O que nos une nos territórios terrestre, aéreo e marítimo, nos Açores, aqui e no resto do mundo? É a Saudade, não tanto a insularidade, que é condição, mas a Saudade de quem foi viver para outra ilha, de quem teve de ir estudar e trabalhar para outra ilha, trabalhar ou emigrar para outras paragens, de quem mata saudades, pelos órgãos de Comunicação Social das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres ou das Festas em Honra e Louvor do Divino Espírito Santo, ou de aspetos dos seus lugares de Nascimento. É a Saudade a nossa mais profunda Identidade, como movimento do Espírito que liga Passado, Presente e Futuro, que interliga lugares de significação, sempre numa luz em que o ontem se interpenetra no Hoje e se projeta no amanhã. É o Espírito Santo que une as nossas Ilhas e a(s) Diáspora(s). O Espírito é princípio de vida e o Divino Espírito Santo Une este Povo, que ama e teme a Deus, em Obediência e Liberdade. Conheço todas as ilhas dos Açores. Os Transportes, marítimos e aéreos, muito contribuem para unir as nossas ilhas. A palavra une, na paz, e desune, na discórdia. Os Açores e os Açorianos. Não gosto de bairrismos, mas é natural que cada freguesia, concelho, e ilha defenda os seus interesses, no limite da solidariedade que exigimos do Terreiro do Paço para connosco. Não podemos apregoar a Autonomia e vendê-la como produto comercial, como “a marca Açores”, expressão vazia de conteúdo. Não alinho no frenesim e exagero da tónica no turismo, desregulado, que, a (longo) prazo, nos vai deixar mais pobres na Educação, na Saúde, na Lavoura, nas Pescas, na Natureza, Paisagens, etc. Políticos sábios não vêm com a Idade, mas com o desprendimento dos e nos cargos. Não me conformo com a pobreza, cuja compreensão não está no elemento social, não me conformo com o alcoolismo crónico, com a dependência das drogas, que destroem famílias, não me conformo com a violência doméstica, e tudo o mais, e tudo isso tem sido objeto de importantes trabalhos Jornalísticos no Jornal Diário dos Açores.
O Aniversário do Jornal Diário dos Açores significa, também, Celebrar a palavra que relata, que denuncia, que critica, que enaltece, que louva, etc, como manifestação da realidade, de pessoas e acontecimentos, de projetos e realizações, que se busca caracterizar e transmitir, de várias formas e modos, em sociedades que se querem democráticas. Há, pois, devia haver, uma ligação entre Democracia e Jornalismo. Devíamos, sempre, celebrar, com muita consciência mora, a Liberdade, a Verdade e a Responsabilidade, entre outros Valores e Dimensões, como fundamentos para Sociedades em que precisamos, cada vez mais, de pessoas, cidadãos e profissionais livres, e, por isso, simultaneamente, responsáveis. Poucos são os Responsáveis públicos, sábios, que sabem conciliar os Valores, polares, da Liberdade e da Segurança. Acontece que temos assistido à falência de democracias, porque se alastram as “notícias falsas” e os “factos alternativos”, com o perigo, letal, da tentativa, sempre falhada de “legitimação da mentira”, porque a Verdade prevalece, sempre. Daí também a necessidade de um jornalismo de investigação, reflexão e análise. A Verdade é a Verdade, – factos e razões -. A Verdade não tem alternativas. É urgente a Educação, a Comunicação Social, a Justiça, o Direito – e outros Saberes – serem Luz da Verdade, capazes de desmontar as armadilhas e as perseguições, que merecem castigo, e, assim, ajudarem a restituir a Esperança para termos Sociedades saudáveis, sem bajuladores/as que minam a saúde das relações humanas e das instituições. A Comunicação Social tem funções que urge aprofundar. E muitas são as aportações possíveis e necessárias.
Colaboro na Comunicação Social há mais de trinta e cinco anos, sempre a título gratuito, mas, por insistência dos responsáveis, também recebo três jornais gratuitamente. Falar na Comunicação Social é também falar da nossa experiência, no meu caso também a conheço por dentro. Evoco aqui a minha colaboração, ainda estudante, no antigo Jornal “Açores” que, no âmbito da Associação Académica da Universidade dos Açores, fui Coordenador e, depois, nomeado Diretor do “Jornal U”. Cedo colaborei no Jornal Açoriano Oriental, onde coordenei um Suplemento de Educação, intitulado “Apontamentos de Ensino e Educação”, depois colaborei no Jornal “Correio dos Açores”, onde fui Coordenador do “Suplemento de Educação”, Colaborei na “Rádio Atlântida”, designadamente com Crónicas intituladas “Sinais no Caminho das Palavras”, e, depois, fui Autor de um Programa que designei “Tribuna de Educação e Cultura”, que tinha como lema Pensar, Conhecer e Intervir. Para além de participação em outros Jornais como “Terra Nostra”, “O Dever”, “A Crença”, “Diário da Lagoa”, e colaborações mais pontuais noutras rádios, etc. Há um denominador comum: A Palavra, que é ser, também imagem, e a imagem, que também é texto. E desde sempre quis ser Professor, desde a Escola Primária, – que é Primeira -, e Professor de Línguas, desde logo a Língua Materna, que se aprende ao colo, a balbuciar, a tatear, a abrir-se ao milagre da Palavra, que nos é concedida por Deus, pelo Criador, e Deus deu-nos a boca, a Palavra, a Expressão, verbal e não verbal, para dizer a Verdade. E eis que a Comunicação faz a ligação entre Educação, Ser Professor, Teologia, Comunicação Social, Cultura, Filosofia, etc.
Para outros textos sobre o sub-tema– a alargar e aprofundar – deste artigo, irei ter como Referência o Pensamento, muitos dos escritos e as Figuras dos Papas S. João Paulo II, Bento XVI e Francisco, e de autores com vários contributos. A Verdade, que nos precede, esmaga os ossos da maldade. A mentira nunca triunfará, nunca, muito menos nas instituições cuja Vocação Originária e Ontológica é Formar; a mentira será, mais cedo ou mais tarde, capturada nas suas próprias armadilhas, incapaz, que é, de respirar a Verdade. Só na Verdade, e na sua procura, a Comunicação Social é Credível, Fiável e Independente. Este é um Desígnio a Vencer. E para isso deve dispor de apoios públicos. Só na Verdade se forma e se exerce cargos, para haver credibilidade. Ver é uma questão de Tempo. A Comunicação Social tem de ser um Tempo e Templo de Verdade, e da sua busca, que se diz em várias formas discursivas, em ser.
O Magno Professor Doutor Gustavo de Fraga, – tão sensível à Luz da Verdade sempre valorou, muito, ainda eu era estudante universitário, a minha colaboração na Imprensa, ele próprio, se havia dedicado à escrita nos Jornais e a Crónicas radiofónicas. O próprio Professor Gustavo de Fraga destacou a “colaboração intensa em periódicos e em emissoras” de outros filósofos, igualmente notáveis, como Marcel e Jaspers. Também afirma o Professor Doutor Gustavo de Fraga: “o jornalista é um dos mais categorizados e responsáveis funcionários da humanidade” (cf. Fraga, 1972, Fenomenologia e Dialética, Universidade de Coimbra, p. 237).
O Pensamento profundo entra, sempre, na essência do Sentido, atual, atualizável e atuante. No referido livro afirma o Professor Doutor Gustavo de Fraga: “O jornalismo será sempre, em grande parte, o que for o jornalista, dependerá, em parte essencial, da sua maturidade cultural e do seu escrúpulo e sentido de responsabilidade” (Fraga, 1972, p. 238).
Na Afirmação da Força da Razão e da Verdade, foi pela Universidade da “Lusa Atenas” que o Professor Doutor Gustavo de Fraga se Aposentou, mas ao Serviço da Universidade dos Açores, de todos nós, Açorianos, – dado o seu Estatuto -, onde foi Professor, Genial, com Grande Humildade e Profundo Conhecimento. Por tudo isso será sempre uma luz, a iluminar o presente e o futuro, também pela Pessoa que foi, e permanece, em Memória Viva. É tempo de também estudar e dar a conhecer a faceta e o pensamento do Professor Gustavo de Fraga sobre a Comunicação Social, na qual colaborou, afirmando a Educação, a Cultura, a Filosofia, para a Formação de todos, com Exigência e Rigor.

Emanuel Oliveira Medeiros*
Professor Universitário
Universidade dos Açores

  • Doutorado e Agregado em Educação e na Especialidade de Filosofia da Educação Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores
    Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
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