A escolha do título do artigo desta semana é um desafio sobre a importância de uma comunicação sexual eficaz e do seu impacto na qualidade dos relacionamentos.
De facto, se já nos anos 80 do século passado artistas como Madonna apontavam e encorajavam o empoderamento e afirmação sexual da mulher (o título escolhido para este artigo é o mesmo de uma música da sua autoria), ainda hoje se trilham caminhos e desafios para que a expressão e comunicação sexual tenham mais e mais lugar de debate na sociedade atual.
Sprecher, et. al (2015), numa extensa e profunda revisão científica, apontam para a existência de dados que corroboram que a comunicação é um fenómeno associado à sexualidade e que a mesma comunicação, quando é aberta e acontece com as parcerias românticas, está associada a uma maior satisfação geral com o relacionamento. Vários aspetos têm sido endereçados sobre a comunicação sexual: a negociação de limites sexuais, as conversas ocorridas após atividade sexual (“pillow talk”), práticas sobre sexo seguro, regras sobre relacionamentos extra-diádicos e discussão em torno de preferências quanto a práticas sexuais. Este último aspeto parece ser o melhor preditor de uma maior satisfação quanto ao relacionamento, ou seja, quanto mais aberta for uma comunicação sobre o que gostamos ou não com a nossa parceria romântica, maior tenderá a ser a nossa satisfação com o relacionamento.
Para este grupo de investigadores, observam-se diferenças de género quando se trata de comunicação sexual, sendo que as mulheres tendem a comunicar mais sobre questões sexuais do que os homens.
São fatores de influência da comunicação sexual as atitudes individuais e qualidades do relacionamento, por exemplo, a incerteza quanto ao desenvolvimento de um relacionamento ou falta de confiança nele podem sabotar a capacidade de comunicar eficaz e diretamente sobre sexo, o que se torna como preditor para uma menor satisfação sexual, para ambas as parcerias.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Emanuel Brilhante *
*Psicólogo