Os proprietários dos terrenos envoltos em polémica na ilha das Flores, localizados junto ao Poço da Ribeira do Ferreiro – uma das principais atrações turísticas da ilha – garantem que estão a ser alvo de uma “situação profundamente preocupante” que envolve “declarações difamatórias e testemunhos falsos”, avança o site “Notícias ao Minuto”.
Num e-mail enviado ao “Notícias ao Minuto”, os donos do ‘Margaça – Heaven Is Earth’ – jardim criado junto ao poço em questão – dizem que estão a ser alvo de “difamações e racismo”.
“Estas alegações são totalmente infundadas, já desmentidas pelas autoridades governamentais e têm causado danos significativos à nossa reputação, além de um grande impacto emocional nas pessoas envolvidas. Estamos a trabalhar para resolver esta questão através dos canais apropriados”, informaram.
Casey, que assina a nota, revela assim as medidas tomadas. O casal não só consultou um advogado para “proteger os direitos e tomar medidas legais contra os responsáveis pela disseminação de ódio e informações falsas” como estão a “compilar toda a documentação relevante, incluindo registo das declarações falsas, para demonstrar a verdade e refutar estas alegações infundadas” e informaram “os consulados relevantes e organizações internacionais sobre a situação, garantindo que estão cientes do caso e prontos para apoiar na resolução do problema”, prossegue o Notícias ao Minuto.
O casal compromete-se ainda a “disponibilizar informações precisas ao público para corrigir qualquer mal-entendidos causados por estas ações difamatórias”.
“Mantemo-nos firmes nos nossos valores de honestidade, justiça e respeito, apesar destas tentativas de manchar a nossa reputação”, concluem.
Recorde-se que, tal como foi noticiado na semana passada, muitos habitantes da ilha das Flores estão preocupados com o futuro do Poço da Ribeira do Ferreiro, descrito muitas vezes como o ‘Éden’ e visitado, todos os anos, por milhares de turistas.
Até agora – e durante cerca de 40 anos – o acesso ao local sempre foi gratuito e feito sem problemas.
No entanto, muitos defendem que isto pode estar em causa, depois do casal de estrangeiros, que vive há cerca de 10 anos na ilha das Flores, ter adquirido vários terrenos junto ao poço e ter desflorestado a zona, transformando-a num jardim privado.
O caso chegou ao Conselho de Ilha e obrigou o Governo Regional dos Açores a emitir um comunicado, onde garante que o acesso ao poço vai permanecer tal como está.
O secretário regional do Ambiente, Alonso Teixeira Miguel, afiançou que se o acordo feito com os proprietários não for cumprido, o Executivo Regional pode avançar para a expropriação dos terrenos, apesar de, neste momento, isso não estar a ser equacionado.