A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, congratulou-se, na ilha de São Jorge, com o facto de, em 2024, os Açores terem ultrapassado pela primeira vez na história as 4,2 milhões de dormidas e os 187 milhões de euros nas receitas totais da hotelaria.
Berta Cabral falava, em representação do Presidente do Governo dos Açores, na sessão de encerramento do Encontro das Casas Açorianas – Associação de Turismo em Espaço Rural, subordinado ao tema “Não perca o Rumo”, e que se realizou no Museu Francisco Lacerda, na Calheta.
A governante considerou o encontro como “uma oportunidade para se fazer um justo reconhecimento ao papel muito especial do Turismo em Espaço Rural (TER) para o alojamento turístico nos Açores”, que “é uma componente essencial da oferta turística do arquipélago, promovendo um contacto autêntico e sustentável entre os visitantes e a identidade rural das ilhas”.
Sublinhando que 2024 “foi um verdadeiro ano de Ouro no turismo dos Açores, porque este setor já representa cerca de mil milhões de euros na economia (20% do VAB, 17% do emprego e 17% do PIB)”, Berta Cabral adiantou que “no Turismo em Espaço Rural, fechou-se o ano com 244 estabelecimentos licenciados, representando um total de 2.003 camas – isso significou um crescimento de 14% no número de camas”.
“É um crescimento significativo, sobretudo se considerarmos a dinâmica que existe em todo o setor do alojamento turístico, particularmente visível no Alojamento Local, cujo crescimento demonstra bem a capacidade competitiva desta tipologia de alojamento e da sua capacidade de criação de valor acrescentado”, disse.
Em 2024, o TER representou cerca de 186.396 dormidas, ou seja, mais de 25% face a 2023 e superior ao do Alojamento Local (17,3%) e ao da Hotelaria Tradicional (7,9%).
Neste caso em particular, Berta Cabral destacou o facto de mais de 83% destas dormidas terem sido de hóspedes estrangeiros.
“É a demonstração inequívoca do forte apelo do Turismo em Espaço Rural no mercado internacional e do potencial latente para cativar mercados com maior poder de compra, criando riqueza e valor acrescentado. Excetuando o Corvo, todas as ilhas do arquipélago oferecem esta tipologia de alojamento, valorizando cada uma das nossas parcelas de território e potenciando a disseminação das receitas geradas”, frisou.
Na sua opinião, O TER “é uma oportunidade de negócio, abrindo horizontes a novos empreendedores, a investimentos diferenciadores e à criação de postos de trabalho”, além do que é uma forma de “diversificar as fontes de rendimentos dos agricultores, através do agroturismo, e de alavancar o rendimento da atividade agrícola, para fornecimento das unidades de alojamento”.
Berta Cabral defendeu que “a ruralidade dos Açores é um dos maiores ativos identitários da Região”, encontrando no TER “um veículo único para a sua valorização”, sobretudo pelo atendimento personalizado que cria um ambiente acolhedor e autêntico, representando mesmo “uma oportunidade para valorizar o património natural e cultural, descentralizar o turismo das grandes cidades e proporcionar novas fontes de rendimento para as comunidades locais”.
“Da mesma forma que ligamos o TER ao conceito da ruralidade, com a mesma facilidade o fazemos ligando ao conceito da sustentabilidade. Nos Açores, a sustentabilidade não é apenas um conceito, mas sim um compromisso”, acentuou.
Para a Secretária Regional da tutela, “a utilização de energias renováveis nos alojamentos rurais, a redução do desperdício, o uso de produtos locais e a proteção das paisagens naturais são apenas algumas das medidas que se devem continuar a incentivar”.