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Especialistas defendem criação de programa específico para combater suicídio nos Açores

O diretor do serviço de Psiquiatria do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) e o representante da Ordem dos Psicólogos nos Açores defenderam a criação de um programa específico para combater o suicídio na região.
“Nós temos um programa regional de saúde mental. Já tivemos outros anteriores. Já tivemos a nível nacional um programa de prevenção do suicídio. Haver um programa desta natureza [dedicado ao suicídio] é algo que pode ajudar [o combate], obviamente”, afirmou o diretor da Psiquiatria do hospital de Ponta Delgada.
O médico falava na comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Regional a propósito de um projeto de resolução do PAN que recomenda a criação de uma Estratégia Regional de Prevenção e Combate ao Suicídio, na qual também foi ouvido o presidente do Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos, Marco Santos.
O diretor do serviço de Psiquiatria do maior hospital dos Açores considerou “preocupante” o número de suicídios na região, mas avisou que aquele flagelo “não pode ser visto apenas como um problema de saúde mental”.
“Os números do Instituto Nacional de Estatística [INE] mostram que, de facto, os Açores têm aumentado a prevalência de suicídio e esse suicídio ocorre, nomeadamente, em jovens e até com alguma frequência em menores de 18 anos. Isso é preocupante”, realçou.
De acordo com números do INE referentes a 2022, os Açores registaram 12,5 suicídios por 100 mil habitantes, um valor acima da média nacional (9,7).
João Vidal avançou que o HDES vai contar, a partir de Março, com nove psiquiatras, mas salientou que aquele hospital deveria ter 14 profissionais para atender à população das ilhas do grupo oriental do arquipélago, de acordo com os valores sugeridos pela Organização Mundial de Saúde
“Catorze é diferente de nove. Nós temos psiquiatras que são suficientes para o internamento. Temos psiquiatras que são suficientes para a urgência e que são suficientes para o hospital de dia. Temos um número insuficiente para consulta externa ou para psiquiatria comunitária”, explicou.
O diretor da Psiquiatria do HDES defendeu, contudo, que aquele “serviço tem vindo a ter um crescimento sustentado nos últimos anos” e sublinhou a importância da psiquiatria comunitária.
“A psiquiatria comunitária é essencial. Cada vez mais os serviços hospitalares têm de pensar em evoluir para a comunidade”, afirmou.
Já o representante da Ordem dos Psicólogos nos Açores destacou a necessidade de implementar medidas “transversais” para “reforçar o bem-estar e a saúde psicológica da população açoriana”.

“Urge, de facto, adotar medidas transversais aos vários setores, desde a educação, ao comunitário, à saúde e adotar uma estratégia para que, efetivamente, essas políticas sejam adotadas na região”, afirmou, a propósito da problemática do suicídio.
Marco Santos defendeu a necessidade de olhar para os contextos sociais e para os fatores de risco do suicídio, como o ‘burnout’ ou a depressão, considerando que o Programa Regional de Saúde Mental assenta, sobretudo, “numa perspetiva remediativa”.
“Temos de começar a ver muito mais numa perspetiva preventiva”, assinalou o psicólogo.

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