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Dois discursos

TURISMO REGIONAL, discurso 1: O turismo é o grande motor do desenvolvimento sustentável dos Açores e os que nele trabalham estão bem (Governo e Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada);
TURISMO REGIONAL, discurso 2: O neoliberalismo económico, em conluio com os governos regionais, tem vindo a destruir sistematicamente a base produtiva dos Açores para a entregar apenas à expansão do turismo, transformando-a numa corrida de sentido único, a velocidade descontrolada. Enquanto o salário bruto médio regional ronda os 1.600 €, mais de metade (54%) dos trabalhadores recenseáveis da área do turismo ganha à voltado salário mínimo (913,50 €) ou menos do que isso, debatendo-se em geral com a precariedade, o trabalho não declarado e horários desregulados (sindicato).
Como respondeu o PS ao anúncio da Moção de Censura do PCP?
PEDRO NUNO SANTOS 1, no sábado passado, o PS entendeu inviabilizá-la de imediato com três desculpas. Com a desculpa (estafada) da defesa da estabilidade política; com a desculpa (ridícula) de afirmar que por votar uma vez contra uma moção de censura (a do Chega) isso obrigava só por si que votasse de forma igual noutra (a do PCP) e, mostrando-se tacticista até ao limite malgrado as anteriores juras de oposição do seu líder e de deixar sempre a “tática de fora”, com a desculpa (incompreensível) de que a moção do PCP servia para desobrigar o governo duma moção de confiança.
PEDRO NUNO SANTOS 2, dois dias depois: Confrontado com críticas internas de várias origens que colavam as suas desculpas a um apoio de facto ao governo do PSD/CDS e entrando em contradição consigo próprio, o líder do PS resolveu mudar de desculpas, dizendo agora que iria lançar uma comissão de inquérito parlamentar à situação de Montenegro e que não estava fechado à apresentação de uma eventual moção de censura, mas só na altura que ele entendesse por bem.
Vá lá, digo eu, entendermo-nos nós com tanto contorcionismo político… E sabe-se bem quem tem sido, infelizmente, com isso o principal sofredor. Porque a censura do PCP atacou tanto as práticas, factos e acontecimentos que envolvem o Governo, como, e sobretudo uma política, com a qual o PS, com o seu comportamento, parece não estar fundamentalmente em desacordo: de baixos salários e pensões, de ataque a direitos, de degradação de serviços públicos, de desinvestimento público, de limitações ao aparelho produtivo, de promoção da especulação imobiliária, de privatizações e do défice produtivo.
UNIÃO EUROPEIA 1: A União Europeia e o Reino Unido também querem participar nas conversações de paz, junto com os EUA e a Rússia, para acabar com a guerra o mais depressa possível.
UNIÃO EUROPEIA 2: Na Europa a tónica dominante do discurso afasta-se cada vez mais da Paz e o seu caráter belicista acentua-se ao ponto de se tornar perturbadoramente aventureiro. A começar pela própria presidente (não eleita) da Comissão Europeia, Von der Leyen, depois de um encontro irregular convocado pelo presidente francês e o primeiro-ministro britânico, donde trouxe a obscena conclusão de que “a Europa precisa urgentemente de se rearmar, e vai ter de haver um acentuado aumento das suas despesas militares” …
…tudo isto a par do silêncio europeu e português sobre a hedionda chantagem anti-humanitária do governo sionista de Israel, que depois de romper o acordo de cessar-fogo, com o apoio norte americano, sentenciou a fome e a desgraça a todos os quase 2 milhões de habitantes de Gaza, ordenando o bloqueio à entrada de toda a ajuda humanitária no território, com o ignominioso e afrontoso comentário público de que “não há almoços grátis para ninguém” …

Mário Abrantes

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