Edit Template

Não há dinheiro… quando se governa mal

Alguns setores políticos insistem na narrativa de que a gestão responsável das finanças públicas é uma forma de “capitalizar a iniciativa liberal”. Mas, sejamos claros: o que realmente incomoda não é a falta de dinheiro, mas sim o fim da ilusão de que o Estado pode tudo, desde que aumente impostos e se endivide sem limites.
O atual governo não tem sido propriamente um exemplo de liberalismo económico — bem pelo contrário, continua a alimentar um Estado pesado, burocrático e pouco eficiente. Se há falta de dinheiro, não é porque se cortou no essencial, mas porque se mantém um sistema que consome demasiado em estruturas inúteis e clientelismo político.
A esquerda passa a vida a falar de prioridades, mas nunca quer discutir a questão essencial: quem paga a conta? O problema nunca é a falta de recursos, mas sim como são desperdiçados. Se há escolas degradadas, hospitais sem condições e museus a cair, não é por falta de dinheiro, mas porque ele é constantemente canalizado para sustentar um Estado ineficiente e um setor público inchado.
Defender as boas contas públicas não é um “capricho liberal”, é uma necessidade para que o Estado cumpra bem as suas funções essenciais. Quem defende mais e mais despesa raramente explica como pretende pagar essa fatura sem sobrecarregar ainda mais os contribuintes.
O governo pode não estar a seguir um caminho de rigor financeiro — e talvez esse seja precisamente o problema. Em vez de cortar na máquina do Estado, prefere manter privilégios, sustentar setores improdutivos e deixar que os serviços públicos continuem em decadência. A verdadeira solução não passa por mais impostos ou mais dívida, mas sim por uma reforma estrutural do Estado, que o torne mais eficiente e menos sufocante para quem trabalha e produz.
Se “não há dinheiro”, a pergunta certa não é “quem pode pagar mais?”, mas sim “onde é que ele está a ser mal gasto?”. Até lá, continuará a repetir-se o discurso vazio de que os problemas se resolvem com mais despesa pública — como se a história não nos tivesse já mostrado o contrário.

Venicio da Costa Ponte*

*Vice coordenador da iniciativa Liberal Açores

Edit Template
Notícias Recentes
Governo reforça rede com mais 30 camas - Trinta utentes aguardam vaga nos cuidados continuados e sete permanecem em hospital
Especial Climate Summit COP30 - Entre 11 e 18 de novembro os Açores farão parte da COP30participando no grupo de trabalho dedicado aos oceanos
Capacidade de poder de compra com grande disparidade entre os municípios dos Açores
Melhor estudante das licenciaturas em Economia e em Gestão recebe prémio atribuído pelo novobanco dos Açores
MOVA alerta para a instabilidade na liderança da Direcção Regional da Cultura e defende urgência em garantir o seu normal funcionamento
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores