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Não há dinheiro… quando se governa mal

Alguns setores políticos insistem na narrativa de que a gestão responsável das finanças públicas é uma forma de “capitalizar a iniciativa liberal”. Mas, sejamos claros: o que realmente incomoda não é a falta de dinheiro, mas sim o fim da ilusão de que o Estado pode tudo, desde que aumente impostos e se endivide sem limites.
O atual governo não tem sido propriamente um exemplo de liberalismo económico — bem pelo contrário, continua a alimentar um Estado pesado, burocrático e pouco eficiente. Se há falta de dinheiro, não é porque se cortou no essencial, mas porque se mantém um sistema que consome demasiado em estruturas inúteis e clientelismo político.
A esquerda passa a vida a falar de prioridades, mas nunca quer discutir a questão essencial: quem paga a conta? O problema nunca é a falta de recursos, mas sim como são desperdiçados. Se há escolas degradadas, hospitais sem condições e museus a cair, não é por falta de dinheiro, mas porque ele é constantemente canalizado para sustentar um Estado ineficiente e um setor público inchado.
Defender as boas contas públicas não é um “capricho liberal”, é uma necessidade para que o Estado cumpra bem as suas funções essenciais. Quem defende mais e mais despesa raramente explica como pretende pagar essa fatura sem sobrecarregar ainda mais os contribuintes.
O governo pode não estar a seguir um caminho de rigor financeiro — e talvez esse seja precisamente o problema. Em vez de cortar na máquina do Estado, prefere manter privilégios, sustentar setores improdutivos e deixar que os serviços públicos continuem em decadência. A verdadeira solução não passa por mais impostos ou mais dívida, mas sim por uma reforma estrutural do Estado, que o torne mais eficiente e menos sufocante para quem trabalha e produz.
Se “não há dinheiro”, a pergunta certa não é “quem pode pagar mais?”, mas sim “onde é que ele está a ser mal gasto?”. Até lá, continuará a repetir-se o discurso vazio de que os problemas se resolvem com mais despesa pública — como se a história não nos tivesse já mostrado o contrário.

Venicio da Costa Ponte*

*Vice coordenador da iniciativa Liberal Açores

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