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Palhaçada política

O Partido Popular Monárquico (PPM) desvinculou-se da Aliança Democrática (AD) no domínio nacional, na qual estava coligado com o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social-Partido Popular (CDS-PP). Mas não saiu de mansinho, pois resolveu fazer uma maldade ao PSD, quer no plano nacional, quer quanto aos Açores. O PSD está mesmo tramado…
É que o candidato a primeiro-ministro pelo PPM é, nem mais nem menos, o dr. Paulo Estêvão, que é, obviamente, imbatível em eleições… O PPM com essa extraordinária solução tem as eleições legislativas nacionais antecipadas de 18 de Maio mais do que ganhas… O dr. Luís Montenegro, recandidato a primeiro-ministro, que se amanhe, não quis satisfazer, pelos vistos, exigências do PPM e o PPM avançou com um candidato de extraordinária qualidade política e não menor competência técnica.
Acontece que o dr. Paulo Estêvão é actualmente secretário regional dos Assuntos Parlamentares e das Comunidades. Desconheço se ele domina as questões dos Assuntos Parlamentares. Quanto à problemática das Comunidades açorianas emigradas por vários países e continentes, penso que está a aprender alguma coisa, com a ajuda do diretor regional, dr. José Andrade.
Ora, como ele vai de certeza para chefe do Governo nacional, deixará a função de secretário regional dos Assuntos Parlamentares e das Comunidades. Logo, o presidente do Governo Regional dos Açores, dr. José Manuel Bolieiro, vai ter que nomear outra personalidade para o cargo, de preferência açoriana.
Se, por acaso, o dr. Paulo Estêvão não for para primeiro-ministro, fará uma greve de fome, chateado, como já fez em outras ocasiões e por motivos diferentes. Mas ele vai ser mesmo primeiro-ministro e ficará mais perto da sua terra natal, que é Serpa, que visitará assim mais vezes.
Que me desculpem, mas essa situação de o dr. Paulo Estêvão ser candidato a primeiro-ministro ao mesmo tempo que é secretário regional é uma palhaçada pegada. Não encontro outra expressão para classificar isso. Se quer ser candidato a primeiro-ministro, embora não estando inscrito nas listas de candidatos a deputados do PPM à Assembleia da República, então que se demita da função que exerce no Governo Regional, onde, de resto, não faz grande falta.
O presidente do Governo Regional, ao comentar essa situação de o dr. Paulo Estêvão ser candidato a primeiro-ministro, tentou disfarçar, mas manifestou algum embaraço, expondo argumentos pouco convincentes. O dr. José Manuel Bolieiro, que lidera um executivo regional de coligação PSD-CDS-PPM, a AD continua a funcionar nos Açores, não deveria aceitar a confusão política que se instalou.
A política agora parece que é peta durante todo o ano. É cada uma! Vamos ter o dr. Paulo Estêvão no Continente a fazer campanha eleitoral contra, nomeadamente, o PSD e o CDS-PP, partidos parceiros do PPM na governação nos Açores. Isso faz algum sentido? É de rir, no mínimo. Essa situação faz lembrar aquela famosa cena teatral protagonizada pela saudosa e talentosa actriz Ivone Silva, em que ora era “Olívia patroa”, ora era “Olívia costureira”…
O dr. Paulo Estêvão não vê qualquer incoerência em ficar com um pé na política nacional e um pé na política regional defendendo projetos diferentes e até destaca que nos Açores a coligação PSD-CDS-PPM vai manter-se nas eleições legislativas nacionais. Enfim! Não vale a pena dizer mais nada, os eleitores que resolvam o assunto.
Como o dr. Paulo Estêvão vai ser o próximo primeiro-ministro, só me resta desejar-lhe as maiores felicidades políticas e governativas, a bem de Portugal…

Tomás Quental Mota Vieira

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