A taxa de ocupação no alojamento local nos Açores ronda atualmente os 85%, mas pode ultrapassar os 90% na Páscoa, com o mercado nacional a destacar-se, a par de um crescimento dos turistas provenientes do Canadá, foi ontem revelado.
“Estamos com boas taxas de ocupação para a época da Páscoa, que já se inicia para a semana. Estamos a rondar os 85% de ocupação. E estamos a prever que ultrapasse os 90% até depois da Páscoa”, afirmou o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA), João Pinheiro.
Segundo o responsável, contrariamente ao ano passado, em que a Páscoa ocorreu em março, quando o verão IATA ainda não tinha arrancado, este ano “existem boas perspetivas” para o período festivo.
“Este ano, coincidindo a Páscoa com o verão IATA, os voos estão normalizados e prevemos uma boa época”, assinalou João Pinheiro.
O presidente da ALA referiu que “os turistas nacionais continuam a ser o melhor mercado” na época da Páscoa, mantendo-se a procura por parte do mercado francês e alemão.
Mas, há “um crescimento ao nível do mercado do Canadá, o que é uma surpresa”, constatou o responsável, admitindo que tal possa estar a ocorrer devido às chamadas “tarifas recíprocas” impostas pelos Estados Unidos aos parceiros comerciais.
“Ainda não observamos uma retração do turista americano. Mas, estamos a ver uma grande procura por parte dos turistas provenientes do Canadá”, acrescentou.
O alojamento local representa 62% do total de camas dos Açores e, segundo João Pinheiro, a questão das ligações aéreas na época baixa e a falta de mão-de-obra continuam a ser as principais preocupações dos empresários.
“A falta de mão-de-obra continua a ser uma preocupação direta e indiretamente. Este ano, por exemplo, tivemos uma grande dificuldade em termos de preparação dos alojamentos, devido à falta de mão-de-obra para trabalhos de pinturas ou construções”, adiantou.
Por outro lado, “estamos completamente dependentes dos transportes e se não existe um investimento claro neste setor o nosso desenvolvimento nunca vai estar sustentável, apesar da nossa sustentabilidade ambiental”, apontou João Pinheiro.