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Saudações de Jerusalém: 8º dia

Penúltimo dia na Cidade Santa

Comecei por celebrar a Eucaristia no Calvário, no Altar de Nossa Senhora das Dores, oferecida por D. Maria I de Portugal. Para isso, tive de reservar com antecedência. Uma celebração própria naquele lugar que não pode passar dos 25 minutos, tudo de acordo com o Status Quo.
Toquei com alguns objetos que adquiri, depois de serem benzidos, no Calvário e no Santo Sepulcro, como sempre faço. Aproveitei ainda para rezar parte da Liturgia das Horas, a fim de rezar pelas intenções que trouxe na minha mente e coração.
Mais tarde, fui almoçar com uma família que conheço há muitos anos, donos de uma agência de viagens. Como são naturais de Jerusalém e profundos conhecedores das realidades locais dizem que não sabem como vai acabar a Guerra de Gaza porque não há nem apoio nem planos para travar esta extrema-direita. Segundo eles, teria de haver eleições, quer em Israel quer na Palestina, porque o Governo Palestiniano é controlado por Israel. Como não domino muito bem estas questões políticas, limitei-me a escutar. Por relação aos peregrinos, dizem que continuam a vir brasileiros, mexicanos, entre outros, e que a Guerra de Gaza pouco ou nada alterou a vida dos locais.
Posso confirmar que a guerra não alterou nada, porque me continuo a deslocar livremente por todos lugares por onde sempre andei em quase 30 anos de vindas à Terra Santa. Tirando aquelas pequenas provocações dos judeus durante o Tríduo Pascal, nada mais aconteceu. Recordo agora, que há três anos, numa Peregrinação que guiei, quando passávamos pelo 1.°troço da Via-Sacra, os judeus cuspiram na cruz e vi isso perfeitamente. Fui chamado à atenção por alguns peregrinos, mas não quis dar grande importância para evitar conflitos. São situações desagradáveis e que magoam.
Depois do almoço, aproveitei para revisitar quase toda a Cidade Velha, mas não vi nenhum indício de guerra nem de nada que se lhe parecesse. Assim, perante esta tranquilidade que felizmente se vai vivendo por aqui, desejo voltar muito em breve, desta feita, com um grupo de peregrinos, para poder continuar a minha missão de revelar a outras pessoas a Terra onde Deus encarnou.
Falei com vários grupos vindos da Rússia, da Indonésia da Macedónia e de outras partes do mundo. Também fui abordado, na Cidade Velha, por várias pessoas individuais a pedirem informações, como muitas vezes acontece. Vi os lojistas, como sempre acontece, a tentarem vender os seus produtos aos transeuntes.
Concluindo, Jerusalém está calma e tranquila, como sempre a conheci, e acredito que a guerra na Terra Santa está sendo feita, em Gaza e na Televisão, mas não chega a Jerusalém. Entre Jerusalém e Gaza distam mais de 76 km.

P. Jacinto Bento *

  • Cónego do Santo Sepulcro de Jerusalém/
    Pároco em São Pedro de Angra
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